segunda-feira, 22 de abril de 2013

Haverá vida para lá da Escola?


Professores e psicólogos desdramatizam a importância da prova, mas há mais pais a pagar explicações privadas
Os alunos do 4.º ano do ensino básico vão estrear-se nos exames nacionais no início de Maio, o que faz com que mais crianças entre os nove e os dez anos recorram aos centros de explicações. Com a aproximação das provas finais nacionais do ensino básico e secundário, o terceiro período de aulas costuma ser uma altura de corrida aos explicadores.
“Temos tido mais procura por parte de alunos do primeiro ciclo, provavelmente devido ao exame do 4.º ano”, confirma o responsável pelo centro pedagógico multidisciplinar Centro da Questão, em Lisboa, Hugo Gomes. Dos 97 estudantes inscritos, os do primeiro ciclo do ensino básico continuam, porém, a ser uma minoria. “Mais de metade dos nossos alunos são do secundário, sendo que temos mais afluência de alunos do 10.º ano”, explica. Língua Portuguesa, Matemática e Físico-Química são as disciplinas em que os alunos mais pedem ajuda quando se inscrevem em explicações privadas.
Nos Ginásios da Educação da Vinci – onde, entre outros serviços, existem explicações privadas – também se verifica uma tendência de maior procura nos meses de Abril e Maio. Junto dos alunos do primeiro ciclo, o trabalho passa sobretudo pelo “reforço ou recuperação dos conhecimentos e competências”, bem como pelo “trabalho no exercício de simulação de exames”, normalmente em aulas individuais ou em grupos de três crianças, informa Sandra Romão, directora-geral do grupo da Vinci.
A procura de explicações privadas nesta etapa dos estudos “é um comportamento que não vai resolver o problema do conhecimento”, diz o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Albino Almeida. “Há indicação de que há pais a pagar explicações para exames do 4.º ano, que nem sequer são eliminatórios. Não há necessidade de ter este tipo de explicações quando a oferta educativa das escolas pressupõe horas para estudo acompanhado e esclarecimento de dúvidas”, observa. 
Público de hoje

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