Clientes com
deficiência auditiva são atendidos por assistentes em Língua Gestual
Portuguesa.
O serviço de vídeo-intérprete para surdos da Vodafone, em que os clientes
com deficiência auditiva são atendidos por uma assistente em Língua Gestual
Portuguesa (LGP), registou mais de quatro mil vídeochamadas desde a sua
criação, há um ano.
O call-center funciona de segunda a
sexta-feira, das 9h às 20h, através da linha 12717. Desde o lançamento a 27 de
Abril do ano passado, foram registadas mais de quatro mil vídeochamadas, uma
média de 80 por semana.
A gestora do projecto de responsabilidade social da Fundação Vodafone, Ana
Mesquita faz um balanço "muito positivo" deste serviço gratuito para
surdos, que
é pioneiro em Portugal.
“A Vodafone Portugal foi a primeira operadora a lançar um call-center
dedicado à comunidade surda, ou seja, o atendimento ao cliente é efectuado
directamente pela assistente em LGP, não há aqui um intérprete pelo meio que
faça a ponte entre as necessidades das pessoas surdas e o assistente”, explica.
Ana Mesquita sublinha que o lançamento deste projecto tinha como objectivo
contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva
através do lançamento de produtos e serviços adaptados e inovadores a pessoas
com necessidades especiais.
“O lançamento deste serviço não é uma iniciativa isolada. Integra um
programa no âmbito da responsabilidade social da Vodafone muito mais
abrangente. Desde 2005 temos vindo a promover e disponibilizar produtos e
serviços adaptados também aos cegos e a pessoas com incapacidade superior ou
igual a 60%”, acrescenta a gestora.
A equipa de assistentes do call-center teve formação com um
intérprete e com o presidente honorário da Associação Portuguesa de Surdos,
João Adalberto Ferreira, que ajudou a desenvolver gestos "específicos do
léxico das telecomunicações que não existiam antes, como por exemplo pen,
banda larga móvel, portabilidade, entre outros", afirma Ana Mesquita.
A maioria dos contactos efectuados para aquele serviço diz respeito a
questões sobre facturação e outras relacionadas com os produtos e equipamentos.
Rute Faria, uma das quatro assistentes do call-center da Vodafone,
considera o serviço "muito positivo e enriquecedor". "A LGP é a
minha língua materna. Sou filha de pais surdos. Não sou intérprete, não sou
formada, mas uso a LGP desde sempre”, conta a assistente, de 29 anos, que
integra o serviço desde o início.
“Não somos meros intérpretes. A comunidade de surdos sente-se à-vontade
connosco porque sabe do que estamos a tratar e não precisamos de recorrer a
terceiros”, sublinha.
O projecto da Vodafone foi pioneiro, mas actualmente já existem outras
operadoras na área das tecnologias que disponibilizam este serviço, como a TMN
e a Optimus. Existem também outros serviços de vídeo-intérpretes disponíveis e
gratuitos na Internet a que os surdos podem recorrer através do Serviin
(Serviço de Vídeo Intérprete) na página do Portal do Cidadão Surdo.
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