sexta-feira, 12 de abril de 2013

"As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira." (LevTolstoi)


Quando o Lucas foi diagnosticado, foi-nos pedido que fizessemos o rastreio para a doença celíaca, principalmente nós, pais, mas também os avós e tios, se assim pretendessem (irmãos também, mas o Lucas ainda era filho único nessa altura).  Fizeram então os pais e a avó e tia maternas; os restantes familiares não se mostraram interessados. O painel consistia no IgA total, Ac anti-tranglutaminase IgA e Ac anti-endomísio IgA: todos tivemos análises negativas, mas nem sempre esse é o caso.
Uma revisão técnica sobre o diagnóstico e tratamento da doença celíaca afirmava em 2006 que "os familiares de pacientes com doença celíaca estão em maior risco para a doença celíaca do que a população geral. Com base em estudos, em que há confirmação por biopsia relativamente completa, a prevalência é de cerca de 10%, mas pode ser mais elevado se menores graus histológicos forem também considerados. Entre familiares, a maior prevalência de doença celíaca ocorre em famílias com mais de uma pessoa afectada, enquanto que a prevalência entre familiares de segundo grau é mais baixa (2,6% -5,5%) mas, ainda assim, maior do que a população em geral."

Um estudo bósnio de 2011 abordou esta questão: pesquisadores do Centro Universitário de Tuzla, na Bósnia e Herzegovina pediram a 75 pais e irmãos de crianças recém-diagnosticadas com a doença celíaca para participar de um rastreio. Embora nenhum dos familiares relatasse sintomas sugestivos de doença celíaca, 20 por cento positivaram, pelo menos, um dos testes do painel de doença celíaca (foram propostas biópsias para confirmação mas, na maioria dos casos, foram recusadas​​).

Os pesquisadores dizem que os seus resultados estão alinhados com outros estudos e demonstram como o rastreio pode ajudar a identificar um número significativo de indivíduos com formas assintomáticas da doença celíaca. Os pesquisadores também chamaram a atenção para dois participantes do estudo com resultados positivos: a primeira era uma mãe com um histórico de vários anos de infertilidade. Depois de adoptar uma dieta isenta de glúten, ela ficou grávida, o que faz ressaltar a importância do rastreio para ajudar a prevenir complicações graves da doença celíaca não diagnosticada (não tratada), tais como infertilidade. O segundo caso foi o de um irmão de oito anos de idade, que tinha sido testado vários anos antes. Nessa altura, os resultados foram negativos. Mas quando participou na pesquisa, os resultados foram positivos, pelo que estes investigadores recomendam que o teste seja repetido a cada dois ou três anos.

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