segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Foi Deus quem criou o mundo, mas parece ser o diabo que o mantém." (Tristan Bernard)


O Ministério Público de Lisboa já recebeu dez vezes mais queixas-crime de maus tratos a deficientes este ano do que no período homólogo de 2011. Aliás, já deram entrada quase tantos processos até agora como durante todo o ano passado. Pelo menos, este é o balanço que revelam os dados da procuradoria-geral distrital de Lisboa – que abarca 13 comarcas, para além da da capital. Ou seja, 2012 conta com 24 casos, enquanto, na mesma altura, em 2011, havia apenas dois. O ano chegou ao fim com 36 denúncias, apenas mais 12 do que as registadas até este momento.
A situação está a preocupar as autoridades, incluindo as policiais, como admitiu fonte da PSP. Mas não só. Está a preocupar também a União Europeia. De tal forma que, na semana passada, o comissário do Conselho Europeu, Nils Muiznieks, numa visita oficial de três dias a Lisboa, depois de uma reunião com o provedor de Justiça, alertou o Governo para a vulnerabilidade destes “grupos de risco”- deficientes, idosos e crianças – que poderão sofrer ainda mais privações ou maus tratos, devido à crise que o País atravessa Segundo justificou ao DN Tânia Meireles, uma assistente social que lida diariamente com estes grupos de risco, a crise pode “ajudar, de facto, a um aumento de casos. As pessoas estão mais tensas, mais tempo em casa devido ao desemprego e, por isso, descarregam nos mais indefesos”.

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