Na escola do 1.º ciclo do Pontal, em
Portimão, os tempos de recreio passaram a ser acompanhados por uma
"patrulha de segurança", constituída por professores e alunos, com o
objectivo de "prevenir agressões" e "promover atitudes e comportamentos
socialmente mais adequados".(…)
Por considerarem que o projecto é "antipedagógico"
e propiciador de "situações de bullying", os pais dos alunos de uma
turma do 4.º ano solicitaram, em Março, a extinção deste projecto. Primeiro
numa carta dirigida a responsáveis do agrupamento e depois, face à ausência de
respostas destes, à Direcção Regional de Educação do Algarve e à
Inspecção-Geral de Educação e Ciência (IGEC).(…)
A IGEC já concluiu a sua averiguação. Questionado pelo
PÚBLICO, o gabinete de imprensa do Ministério da Educação e Ciência esclareceu
que "fez uma recomendação à escola de que, sempre que possível, envolvesse
os encarregados de educação nos projectos a desenvolver".(...)
Contactado pelo PÚBLICO na semana passada, o director do agrupamento,
José Ramos, indicou que a actividade foi entretanto suspensa para os
alunos da turma cujos pais reclamaram. "Temos 21 turmas e só houve
queixas dessa", justificou. (...)
Os pais que protestaram contrapõem: "As crianças têm como principal
função aprender, tendo direito a um intervalo para brincar. Não têm de
"espiar" os colegas." Lembram também que ninguém os esclareceu ainda de
"quem seria o responsável", no caso de existir "alguma situação de
agressão entre alunos" provocada pelo facto "de uns estarem a apontar
nomes de outros para mais tarde serem entregues à professora".(...)
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