quinta-feira, 28 de março de 2013

Regresso ao futuro


Imagem tirada daqui
A educação tem que ser a grande “ideia” para Portugal. Na “escola nova” de que o país precisa, tem que se ser capaz de dotar as “novas gerações” com os instrumentos de qualificação estratégica do futuro. Aliar ao domínio por excelência da tecnologia e das línguas a capacidade de, com criatividade e qualificação, conseguir continuar a manter uma “linha comportamental de justiça social e ética moral”, como bem expressou Ralph Darhendorf. Tem que se ser capaz de, desde o início, incutir nos jovens uma capacidade endógena de “reacção empreendedora” perante os desafios de mudança suscitados pela “sociedade em rede”.
A “cooperação” estratégica entre a escola, o meio social, áreas de conhecimento, campos de tecnologia, não pode parar. Vivemos a era da cooperação em competição e os alicerces da “vantagem competitiva” passam por este caminho. Sob pena de se alienar o “capital intelectual” de construção social de valor de que tanto nos fala Anthony Giddens neste tempo de (re)construção. Na economia global das nações, os “actores do conhecimento” têm que internalizar e desenvolver de forma efectiva práticas de articulação operativa permanente, sob pena de verem desagregada qualquer possibilidade concreta e efectiva de inserção nas redes onde se desenrolam os projectos de cariz estratégico estruturante.
Por isso, a oportunidade e a importância do E-xample. Que, para além dos efeitos ao nível da revolução na utilização das TIC como um instrumento de qualificação pedagógica, teve também o mérito de elevar na escala produtiva empresas portuguesas do sector, aumentando as exportações, consolidando dinâmicas de inovação e reforçando o emprego. É isso que conta nos tempos difíceis que vivemos. Assumir rupturas estratégicas e implantar uma agenda de modernidade para construir um país realmente diferente. A Educação assume-se desta forma como o efectivo da mudança e da construção duma identidade cultural mais forte. O papel das novas gerações é decisivo. São cada vez mais necessários “actores do conhecimento” capazes de induzir dinâmicas de diferenciação qualitativa nos territórios. Capazes de dar sentido à “vantagem competitiva” do país, numa sociedade que se pretende em rede. Por isso, têm que entrar nesta aposta do E-xample, em que a Rota do Futuro não pode passar ao lado. 
Autoria: Francisco Jaime Quesado (Público de hoje)

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