Os alunos
daltónicos vão dispor de um novo sistema de identificação de cores, nas provas
e exames em que a cor seja determinante para a compreensão do enunciado e
resolução das questões apresentadas.
(…)
O código,
que associa símbolos às cores, vai vigorar já este ano lectivo nas provas e
exames, para melhorar as "condições de igualdade" dos alunos
daltónicos, de acordo com o Ministério.
Para
assegurar uma eficiente utilização deste recurso, foi concebido um plano
nacional de acompanhamento às escolas, anunciou o MEC.
Segundo a
informação hoje disponibilizada, existem 350 milhões de daltónicos, no mundo,
dos quais 41,5 por cento sentem dificuldades ao nível da integração social.
Esta
limitação afecta 10 por cento da população mundial masculina.
O projecto
foi concebido pelo investigador Miguel Neiva, designer de formação, que entendeu
que o seu trabalho não é só "fazer bonitos carros ou bonitas roupas".
Em 1999,
decidiu desenvolver uma tese de mestrado na área do design inclusivo, contou à
Lusa o autor do projecto, já a vigorar noutras áreas e que é disponibilizado
sem custos para o Ministério da Educação.
Tornar o
mundo "mais acessível, mais igualitário, melhor para todos" é uma das
competências do design, para Miguel Neiva, que, entretanto, criou uma empresa
com o mesmo nome.
(…)
O código
será particularmente útil em provas com mapas, gráficos ou outras figuras coloridas.
Durante a
investigação que fez com daltónicos de vários países, Miguel Neiva apercebeu-se
de que "90 por cento da comunicação que é feita no mundo é através de
cor".
A ideia foi
criar um código universal, que pudesse ser entendido aqui ou na China, e
transversal a variados sectores, daí o recurso a símbolos.
O daltonismo
é uma limitação que impede a correta identificação das cores e afecta
maioritariamente homens.
De acordo
com o investigador, o código foi premiado a nível internacional e nacional,
estando está já a ser utilizado em transportes (Metro do Porto), hospitais,
museus, vestuário e em lápis.
(…)
O protocolo
para incluir este código nos exames foi assinado entre o Gabinete de Avaliação
Educacional, a Direcção Geral da Educação e a ColorADD, com a homologação do
secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho.
Este ano, também os alunos cegos ou com baixa visão terão um novo
instrumento. Pela primeira vez, os enunciados das provas finais e exames
nacionais serão apresentados em formato DAISY (Digital Accessible Information
System) ou em documento, com Entrelinha 1,5, em formato PDF.
O MEC recordou que se salvaguarda, com carácter transitório, a possibilidade
de, este ano, os alunos que não reunirem condições para realizar as provas em
formato DAISY, poderem ainda recorrer à transcrição em Braille.
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