No contexto atual não cabe falar apenas de escola inclusiva,
mas, sim, de sociedade inclusiva. Isto se justifica na medida em que a inclusão
não se restringe apenas aos portadores de algum tipo de deficiência; estende-se
a todos que, de alguma forma, precisam ser incluídos (minorias étnicas,....).
No contexto brasileiro, observa-se que a escola, na maioria das vezes,
estrutura-se predominantemente para atender ao aluno ideal. Como consequência,
constrói-se no imaginário institucional e pedagógico protótipos do que seja
esse “aluno ideal”, e os alunos passam a ser classificados em duas categorias,
qualitativamente distintas: os ditos “normais” e os “anormais”. Romper com essa
visão dualista é o primeiro desafio a ser enfrentado não apenas pelo professor,
mas, sobretudo, pelos Sistemas Educacionais de um modo geral, e pelos Cursos de
Formação de Professores, em particular. Em outras palavras, a dimensão
“sociedade inclusiva” implica o repensar dos perfis da formação oferecida assim
como uma visão mais clara e objetiva das competências exigidas para um
desempenho profissional coerente com os propósitos e demandas dessa sociedade
(ainda tida como ideal, na maioria dos casos). Curiosamente, no contexto
brasileiro, as diferentes modalidades de inclusão ainda são duplamente
desconhecidas pela maioria dos alunos do Curso de Pedagogia. Isto é,
desconhecem-nas enquanto modalidades da Educação Inclusiva e enquanto possível
campo de atuação profissional. Serve de exemplo, o desconhecimento
(identificado através de pesquisa de campo), em relação ao atendimento
pedagógico hospitalar, denominado Classe Hospitalar. Detectou-se que os dados
sobre as Classes Hospitalares são, de certa forma, incipientes, apesar da
prestação de assistência pedagógica infantil ser normatizada pela Resolução de
nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A maior parte da produção teórica disponível sobre o tema deve-se às pesquisas
de Eneida Simões da Fonseca e Ricardo Ceccim, segundo as quais o estar
hospitalizado já caracteriza a criança e/ou adolescente como portador de
necessidades especiais independentemente que essa necessidade seja temporária
ou permanente. A atuação em nível da classe hospitalar implica, portanto, maior
atenção dos Cursos de Formação de Professores quanto às possibilidades de
atuação e formação que emergem das demandas mais amplas da sociedade.
Esse resumo
foi publicado nos anais do Congresso Internacional Educação e Trabalho da
Universidade de Aveiros em Portugal em 2005. Fonte: http://tecideias.blogspot.com.br/2009/10/as-classes-hospitalares-como-modalidade.html
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