segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Meu Deus, como ficam / sozinhos os mortos!" (Gustavo Bécquer)

Crianças foram mortas por pesticida concentrado

Almoço que matou 23 alunos de escola do estado indiano de Bihar foi cozinhado com óleo contaminado
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Resultados preliminares confirmam que a refeição gratuita servida numa escola na Índia que matou pelo menos 23 crianças estava contaminada com pesticida altamente concentrado, em níveis cinco vezes mais elevados do que o usado comercialmente. A investigação forense concluiu que o óleo com que a refeição foi preparada tinha sido armazenado num recipiente que continha pesticidas.
A cozinheira da escola do estado de Bihar, no Nordeste do país, terá alertado a directora, enquanto preparava a comida na terça-feira, para a aparência e cheiro estranho do óleo. Mas esta ignorou o alerta, dizendo que o óleo tinha vindo da loja do seu marido.
A funcionária disse à polícia que fora forçada a cozinhar pela directora, Meena Kumari, que poderá ser julgada por homicídio por negligência. O magistrado Abhijit Sinha disse à BBC que se a ela não se entregar, o mais provável é que os seus bens e propriedades sejam apreendidos.
O insecticida monocrotofos é um organofosfato usado como pesticida da agricultura e que quando ingerido é muito tóxico. “Normalmente dilui-se em cinco litros de água. É altamente venenoso e tóxico”, sublinhou o magistrado.
O óleo estava de tal forma contaminado que as crianças estranharam o sabor, mas foram obrigadas a comer o arroz, batatas e feijões de soja. Pouco depois, começaram a ter dores de estômago, a vomitar e a ter convulsões, mas a directora da escola demorou duas horas a reconhecer a ligação entre a refeição e a intoxicação.
As crianças que morreram tinham entre quatro e 12 anos. O número oficial de mortos é 23, mas o jornal Times of India refere já 27 crianças.
A comida foi servida no âmbito do programa Refeição a Meio do Dia, que permite a 120 milhões de crianças terem uma refeição gratuita. O controlo de qualidade, no entanto, é fraco ou inexistente.
O governo estadual anunciou indemnizações de cerca de três mil euros às famílias das crianças mortas.


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