quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Um outro modo de ver as coisas. O melhor!


A Professora Telma Nantes
Sem a imagem para atrapalhar, quem é deficiente visual pode  sentir-se privilegiado em tempo de campanha eleitoral. Torna-se mais difícil enganar esse tipo de eleitor com sorrisos ou beijinhos em criancinhas nas propagandas de TV ou impressos de campanha.
A lição que fica é óbvia. “A gente tem de ouvir mais e olhar menos, para saber quem é quem. Não adianta ser bonitão, ou ficar rindo por aí”, diz o massoterapeuta Leandro Aparecido de Souza.
Hoje, na urna, Leandro confirmou o voto em duas pessoas que têm a voz tranquila, mas demonstram segurança na avaliação de Leandro. “O tom deles é de cortesia, de educação. Não voto em quem grita muito e é mal educado. Isso é coisa de gente autoritária”.
O músico Orlando Brito também nunca viu a figura de um candidato e sabe que a fala mansa também pode enganar, por isso só presta atenção no “conteúdo”. “Ser simpático qualquer um pode ser em época de eleição. Não enxergar tem lá suas vantagens. Só  ficam  as propostas”.
Para ele, a lição maior a ser dada por um cego é “ouvir mais” e dar menos valor à imagem.
A professora Telma Nantes ouviu debates, acompanhou a propaganda eleitoral, foi abordada por gente com propostas especificas para portadores de deficiência, mas decidiu que quer mais. Apesar de não ver, consegue ir mais longe e pensar como cidadã. “Não fico só pensando nas minhas causas, tenho de pensar como cidadã”.
Apesar de achar que é mais difícil enganar um deficiente visual, pela habilidade que os cegos têm de ouvir até o que não é falado, ela pede licença para errar. “A gente escolhe, pode estar errado, mas pelo menos apostamos em algum conteúdo”.

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