"A vida das crianças a partir dos seis anos não pode funcionar
só a partir da escola. A escola é muito importante, mas a educação informal e
os momentos de lazer e o brincar são fundamentais", argumenta Maria José
Araújo, investigadora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico
do Porto.
Vendo o tempo médio de trabalho de um adulto, entre 37,5 a 40 horas
semanais, percebe-se que muitas crianças trabalham no seu ofício de alunas
tanto como um trabalhador adulto. Contudo, enquanto o trabalho profissional dos
adultos é seguido de descanso para a maioria das pessoas, o trabalho escolar é
cada vez mais desenvolvido dentro e fora da sala de aula, nota a investigadora,
em declarações à agência Lusa.
Opinião idêntica revela o pediatra Mário Cordeiro, para quem as crianças
trabalham mais do que os adultos: "Qualquer sindicato das crianças, se
existisse, nunca permitiria tamanha carga horária".
O tempo para brincar, descansar e preguiçar é, segundo os especialistas,
subvalorizado.
"A cultura escolar sobrepõe-se à cultura lúdica", refere Maria
José Araújo, que lamenta que o tempo livre das crianças seja invadido pela
escola, não deixando que a criança possa descansar e escolher o que fazer.
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