Débora Araújo Seabra de
Moura, de 32 anos, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, acaba
de lançar um livro com fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo.
O livro traz contos que se passam em uma fazenda e têm os animais como protagonistas.
Eles lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição, caso do sapo
deficiente que não conseguia nadar, da galinha excluída do grupo por ser surda
e do passarinho de asa quebrada que precisou ganhar a confiança dos outros
bichos para poder voar com eles.
(…)
Usei
os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e
incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito,
afirma Débora.
O
livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de
Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra.
Queria fazer uma surpresa, e eles ficaram felizes, adoraram a ideia.
Escolas regulares
A autora da obra nasceu em Natal (RN) e há nove anos trabalha
como professora assistente em um colégio particular tradicional da cidade, a
Escola Doméstica. Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e
se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Quando
começou a frequentar a escola, pouco se sabia sobre a síndrome de Down. Débora
contou com o apoio da família que contrariou a tendência de matricular a filha
uma escola especial, assim como fazia os pais naquela época. Nunca cogitei uma
escola especial porque Débora era uma criança comum. A escola especial era
discriminatória e ela precisava de desafios. Não sabia muito bem como seria,
mas estava aberta para ajudar minha filha a encarar qualquer coisa, diz
Margarida.
Nem
sempre foi fácil. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação
infantil, lembra de ter sido chamada de ´mongol´ por um garoto. Ela chorou,
ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que
´mongóis´ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era
a síndrome de Down.
Por
conta de sua experiência com professora, Débora já foi convidada para palestrar
em várias partes do país e até fora dele, como Argentina e Portugal. Sempre que
pode participa de iniciativas para ajudar a combater o preconceito, como
apresentações teatrais – mais uma de suas paixões.
Fonte:
G1
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