segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"O que realmente nos separa dos animais é a nossa capacidade de esperança." (José Saramago)

Débora Araújo Seabra de Moura, de 32 anos, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, acaba de lançar um livro com fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo. O livro traz contos que se passam em uma fazenda e têm os animais como protagonistas. Eles lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição, caso do sapo deficiente que não conseguia nadar, da galinha excluída do grupo por ser surda e do passarinho de asa quebrada que precisou ganhar a confiança dos outros bichos para poder voar com eles.
(…)
Usei os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito, afirma Débora.
O livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra. Queria fazer uma surpresa, e eles ficaram felizes, adoraram a ideia.
Escolas regulares

A autora da obra nasceu em Natal (RN) e há nove anos trabalha como professora assistente em um colégio particular tradicional da cidade, a Escola Doméstica. Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Quando começou a frequentar a escola, pouco se sabia sobre a síndrome de Down. Débora contou com o apoio da família que contrariou a tendência de matricular a filha uma escola especial, assim como fazia os pais naquela época. Nunca cogitei uma escola especial porque Débora era uma criança comum. A escola especial era discriminatória e ela precisava de desafios. Não sabia muito bem como seria, mas estava aberta para ajudar minha filha a encarar qualquer coisa, diz Margarida.
Nem sempre foi fácil. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação infantil, lembra de ter sido chamada de ´mongol´ por um garoto. Ela chorou, ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que ´mongóis´ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a síndrome de Down.
Por conta de sua experiência com professora, Débora já foi convidada para palestrar em várias partes do país e até fora dele, como Argentina e Portugal. Sempre que pode participa de iniciativas para ajudar a combater o preconceito, como apresentações teatrais – mais uma de suas paixões.
Fonte: G1


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