sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Burro velho não aprende línguas. Mas não é por ser velho

Aprender uma segunda língua na fase final da infância produz alterações significativas na estrutura do córtex frontal do cérebro adulto. Uma nova investigação sugere que esta aprendizagem estimula o crescimento de novos neurónios e melhora as ligações neuronais.

Em comunicado, a equipa que realizou o estudo sublinha que aprender línguas durante a infância facilita sempre este tipo de aprendizagem. Contudo, o momento em que a segunda língua é apreendida pode ter resultados distintos a nível da estrutura do cérebro.

O estudo revela que o cérebro regista uma evolução idêntica se aprendermos uma ou duas línguas, em simultâneo, desde o nascimento. No entanto, se a segunda língua for adquirida depois da criança ter aprendido a língua materna, o córtex frontal sofre alterações significativas.

Nestes casos, a parte inferior esquerda do córtex frontal torna-se mais grossa e a parte direita inferior torna-se mais fina. O córtex é composto por uma massa de neurónios em camadas que desempenha um papel crucial ao nível de competências cognitivas, como a língua e a memória.

O estudo sugere que aprender uma segunda língua, para além da língua materna, na fase final da infância, estimula o crescimento de novos neurónios e ligações neuronais, de um modo semelhante ao que se regista quando alguém aprende uma completa atividade motora, como por exemplo o malabarismo.

Os autores suspeitam que a dificuldade de aprendizagem de uma segunda língua pode, também, ser explicada ao nível da estrutura do córtex.

“Quando mais tarde, na infância, a segunda língua é aprendida, maiores são as alterações no córtex frontal inferior,” diz o Denise Klein, investigadora da The Neuro's Cognitive Neuroscience Unit e líder do estudo publicado, este mês, no jornal Brain and Language. 

Recorrendo a um software desenvolvido pelo The Neuro, a investigação comparou ressonâncias magnéticas do cérebro de 66 pessoas bilingues e 22 pessoas que tinham apenas uma língua materna. 

O estudo foi realizado, em conjunto, pelo Montreal Neurological Institute and Hospital, a The Neuro's Cognitive Neuroscience Unit (ambos do Canadá) e a Universidade de Oxford (Reino Unido). 

Clique AQUI para ler o comunicado da equipa de investigação (em inglês).

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