domingo, 29 de setembro de 2013

"A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres." (Luigi Pirandello)


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Ensina-se Português com lacunas gravíssimas quer quanto à História e às Artes, quer quanto às Ciências e Mentalidades, e insiste-se na memorização estupidificante e inútil das regras da Gramática (com terminologia incompreensível, errada e absurda — vide o caso do “complemento oblíquo”). Divorciam-se os alunos, por esse país fora, daquilo que só a escola poderia dar: cultura geral, competências de escrita e leitura. Compreender que o Homem é animal simbólico (Cassirer) e de linguagem, compreender que a arte nos liberta e prepara para enfrentar um mundo que conduz à infelicidade porque nos escraviza e nos transforma em algo que a nossa criança interior jamais quis ser — eis o que a Escola deveria dar e não dá. O que deveria ser e não é. A lógica dos mercados entrou na escola e, fabricando os novos funcionários cansados, perguntem-se — pais e professores — o que estamos a fazer aos nossos jovens. Que futuro é o deles se culturalmente tudo lhes é roubado?

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Tribuna Cultura e sociedade António Carlos Cortez (Público de hoje)

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