domingo, 10 de fevereiro de 2013

"Viver é a coisa mais rara do mundo - a maioria das pessoas apenas existe." (Oscar Wilde)


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Uma professora de 47 anos e o filho de 12 foram encontrados mortos, ao início desta tarde, no passeio de uma das mais movimentadas avenidas de Bragança.
No espaço de um ano nove crianças foram mortas pela mães. O último caso ocorreu há 16 dias em Oeiras. Agora foi a vez de Martim, que era autista. De acordo com testemunhas, a mãe, Manuela Paçó, atirou-o da janela do 4.º andar do hotel Íbis e saltou de seguida. Os dois tiveram morte imediata.
Aconteceu por volta das 14 horas deste sábado, pouco depois de se terem alojado naquele hotel. No quarto ficaram algumas pizzas, refrigerantes, restos de embalagens de antidepressivos e dois bilhetes escritos por Manuela, com indicações a seguir após a sua morte.
Segundo ex-colegas de Manuela, que era professora, ela estaria há algum tempo com uma depressão. Este é um traço comum às outras quatro mães que no último ano mataram os seus filhos. Três também se suicidaram.
Manuela Paçó era casada com o presidente da Assembleia Municipal de Vinhais e vice-presidente do agrupamento de escolas daquele concelho. Amigos do casal disseram ao PÚBLICO que o marido está em estado de choque e que não encontra razões para este acto trágico. Também garantiram que não existiam problemas conjugais entre os dois e que viviam ambos com o filho.
Esta não era a situação de Eliana Sanches, também professora, de 40 anos, que, no dia 25 de Janeiro  envenenou os dois filhos, de 13 e 12 anos, em Oeiras, matando-se de seguida. Eliana estava separada do pai dos filhos, sofria de depressão e tinha sido uma mãe violenta. Pelo menos nos últimos tempos. Matou David e Rúben depois de o tribunal de Cascais ter decidido entregá-los ao pai e limitar as suas visitas, ordenando que estas se realizassem só na presença de terceiros. Em casa deixou três cartas.
Os corpos de David e Rúben foram descobertos dois dias depois dentro de um carro. O de Eliana Sanches foi encontrado na manhã seguinte, a poucos metros da viatura. A família estava há sete meses sinalizada junto da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Oeiras, que encaminhou o caso para o Tribunal de Cascais depois de a mãe ter recusado a sua intervenção.
O caso anterior a este ocorreu também com uma família que se encontrava sinalizada junto de uma comissão de protecção de menores. A poucos dias do Natal, numa aldeia do concelho de Alenquer, duas crianças, de um e três anos, morreram queimadas num incêndio ateado pela mãe, que se pôs em fuga depois. Kelly Santos foi encontrada pela polícia e encontra-se em prisão preventiva, a aguardar julgamento.
"A família tinha sido sinalizada em Julho porque as crianças evidenciavam falta de cuidados em relação à higiene pessoal e vestuário e ausência de estimulação", esclareceu o Instituto de Segurança Social depois da mortes destas, acrescentando que, como os pais não autorizaram a intervenção da comissão, o processo foi remetido para o Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira. "Nada fazia prever o desfecho trágico da situação", disse ainda o ISS. O mesmo desabafo teve o presidente da comissão de protecção de Oeiras após a morte de David e Rúben.

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