Pesquisadores
da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, identificaram um mecanismo
biológico que está intimamente ligado com o desenvolvimento da dislexia em
crianças. De acordo com estudo, publicado na revista científica “Journal of
Neuroscience”, a forma como as crianças codificam o som no cérebro está
ligada sistematicamente com a capacidade de aprendizagem da leitura. Uma em
cada 10 crianças tem dislexia e dificuldades na alfabetização.
Os
cientistas gravaram, de 100 crianças em idade escolar, as ondas cerebrais
feitas em resposta aos sons. A pesquisa conclui que os alunos que liam melhor
codificavam os sons mais consistentemente que as crianças com pior desempenho.
Mas
a dificuldade na leitura não é uma condenação para o resto da vida. Os mesmos
cientistas dizem que a deficiência pode ser revertida por meio de exercícios.
Num estudo anterior feito pela mesma equipe, crianças com problemas de leitura
foram acompanhadas durante um ano com um equipamento auditivo que permitia aos
voluntários ouvir a voz dos professores de forma mais direta. Depois deste
intervalo, os alunos mostraram não apenas uma leitura melhor mas também uma
maior consistência na codificação cerebral dos sons, particularmente das
consoantes.
De
acordo com Nina Kraus, coautora da pesquisa, as pessoas raramente tem
dificuldades em codificar as vogais, que são relativamente simples e longas,
mas o mesmo não ocorre com as consoantes, cujos sons são mais curtos e
acusticamente mais complexos. Por isso, as consoantes podem ser interpretadas pelo
cérebro de forma errada.
In: O Globo via Facebook
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