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Vai estrear-se no cargo de secretária de Estado, numa área a
que tem dado voz, defendendo que "um país que não respeita os seus
deficientes não tem respeito por si próprio"
Ana Sofia Antunes, presidente da Associação de Cegos e
Amblíopes de Portugal (ACAPO), vai assumir a pasta da Inclusão das Pessoas com
Deficiência, tornando-se a primeira governante deficiente invisual em Portugal.
Candidata pelo círculo de Lisboa nas legislativas de
outubro, Ana Sofia Antunes, 34 anos, vai estrear-se no cargo de secretária de
Estado, numa área a que tem dado voz, defendendo que "um país que não
respeita os seus deficientes não tem respeito por si próprio".
Nasceu com deficiência visual e tem dedicado a sua vida à
luta pelos direitos dos deficientes, nomeadamente na ACAPO, onde assumiu o
cargo de presidente em janeiro do ano passado.
Jurista de profissão, Ana Sofia Antunes exerceu funções de
assessoria jurídica na Câmara Municipal de Lisboa, colaborando diretamente com
o Pelouro da Mobilidade, entre 2007 e 2013, período em que António Costa era o
presidente da autarquia.
Neste período, adquiriu ainda experiência nas áreas da
contratação pública, bem como em matérias conexas com a Mobilidade e a
Acessibilidade em meio urbano, assegurando a interação com os munícipes sempre
que as questões apresentadas versassem conteúdos jurídicos.
Em julho de 2010, assumiu a responsabilidade, pelos
trabalhos do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, coordenando a Comissão
de Acompanhamento e o Painel Consultivo, deste plano.
Três anos depois, transitou para a Empresa Municipal de
Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), onde é provedora do cliente.
Numa entrevista ao DN, Ana Sofia Antunes disse que para um
cego andar na Assembleia da República não é complicado, mas alertou que, para
um cidadão em cadeira de rodas, isso se torna "um problema", porque o
edifício é pouco acessível.
Disse ainda que o acesso à informação escrita é o seu maior
problema.
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