Mães que brincam e pais que cuidam têm vínculos mais fortes com os filhos
A mãe a passar a
ferro e o pai a jogar à bola? Investigação portuguesa publicada pela Associação
Americana de Psicologia sugere que relações com os filhos ganham quando se
invertem os papéis tradicionais.
As mães que passam mais tempo em
“actividades de jogo” com os filhos pequenos — brincar, levar ao parque, contar
uma história antes de deitar, por exemplo — têm maior probabilidade de serem
“figuras seguras de vinculação” do que aquelas que brincam menos mas prestam
mais cuidados básicos, como dar banho, alimentar, cuidar na doença, dar
medicamentos, ou levar às consultas. Sim, brincar é fundamental. Já quando se
fala dos pais — homens — são os cuidados do dia-a-dia que fazem a diferença.
(…)
O estudo centrou-se num grupo de 82
crianças, acompanhadas pelos investigadores entre os 9 e os 18 meses de vida, e
respectivas mães e pais. Famílias de classe média. “As mães que, neste estudo,
apresentaram vinculação segura com os filhos ou as filhas passaram em média
duas vezes mais tempo a brincar e um terço menos tempo em cuidados básicos do
que as mães das crianças com vinculação insegura”, diz Marina Fuertes.
Já os pais “com vinculação segura também
brincam mais do que os outros, mas passam quase duas vezes mais tempo em
cuidados básicos (especialmente aos 18 meses de vida das crianças)”.
Antes de se prosseguir, explique-se o
que é isto de “vinculação segura”: é, em grande medida, ser visto pela criança
como um porto de abrigo. “Podemos ter uma relação positiva com os nossos
filhos, afável, carinhosa e não ter com eles uma vinculação segura. A figura de
vinculação é a pessoa para quem eu corro em situação de emergência ou perigo;
quando a criança tem fome, tem frio, tem dor”, diz Fuertes. “E quando não estou
em perigo, aquela é a pessoa que toma conta de mim para eu ir conhecer o mundo,
para brincar, para explorar.”
(…)
“Libertem-se!”
Parece quase uma injustiça: se as tarefas dos cuidados básicos estão sobretudo nas costas das mães, é natural que muitas fiquem com menos tempo para brincar. “É exactamente isso? Libertem-se!”, responde a investigadora.
Parece quase uma injustiça: se as tarefas dos cuidados básicos estão sobretudo nas costas das mães, é natural que muitas fiquem com menos tempo para brincar. “É exactamente isso? Libertem-se!”, responde a investigadora.
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