segunda-feira, 2 de novembro de 2015

De Pequenino Se Torce O Destino (Sérgio Godinho)

Cultivar hábitos de poupança nas crianças

Aos dois anos, as crianças já estão preparadas para apreender as primeiras noções ligadas ao dinheiro e à poupança. Saiba como incentivar a poupança dos mais novos.
Já diz o ditado “de pequenino se torce o pepino”, e no que diz respeito à relação com o dinheiro, a frase aplica-se na perfeição. Ensinar desde cedo às crianças o que é o dinheiro, de onde vem, a sua relevância e como deve ser gerido é cada vez mais importante. Conheça em cinco passos como fomentar os hábitos de poupança dos mais pequenos de forma a torná-los adultos financeiramente responsáveis.
Quando começar?
Os especialistas consideram que a partir dos dois anos, as crianças estão preparadas para apreender os primeiros conceitos associados ao dinheiro. Isto porque nessa idade, absorvem tudo e tendem a imitar os comportamentos dos pais, sendo por isso a altura ideal para trabalhar sobretudo valores. Esta é também a fase em que começam a pedir coisas, pelo que se deve começar a explicar as diferenças entre o que desejam ter e o que precisam. Nessa faixa de idades também já deve ser pedido à criança para escolher uma de entre as numerosas coisas que quer, o que ajuda a introduzir a noção de respeitar orçamentos e limites financeiros.


Que ferramentas usar?
O método e a linguagem devem ser adaptados à idade e capacidade de compreensão da criança. Nas mais pequenas, até aos cinco/seis anos, é aconselhado o recurso a contos e fábulas como a “Cigarra e a Formiga” para transmitir noções básicas da importância do dinheiro e da poupança. Entre os três e os quatro anos, também já faz sentido apresentar-lhes as notas e as moedas bem como o conceito do mealheiro, dando pontualmente uma moeda para a criança lá colocar. A partir dos seis anos já podem ser introduzidas ferramentas mais sofisticadas como o jogo do “Monopólio”, por exemplo. Nas crianças mais crescidas, as semanadas e as mesadas são o instrumento de educação financeira de eleição, já que é uma forma de incutir-lhes a responsabilidade de tomar decisões sobre o seu próprio dinheiro.

Semanada ou mesada?

Os especialistas consideram ainda que a partir dos seis ou anos a semanada é a opção mais indicada já que nessas idades as crianças não têm capacidade para gerir dinheiro num horizonte de tempo mais alargado. Só em torno dos 11 anos é que recomendam a atribuição de uma mesada. Independentemente da opção escolhida, é importante definir à partida os items que contempla, o que ajuda ainda a definir os montantes. Os prazos de entrega da mesada devem também ser rígidos e, independentemente da idade em que é atribuída, também é muito importante explicar à criança que esta se trata de uma regalia e não de um direito.

Os brindes fazem sentido?

Os especialistas aconselham os pais a guardar os presentes para alturas especiais como aniversários e alertam que deve ser evitada a recompensa pela ajuda nas actividades domésticas do dia-a-dia, já que estas devem ser vistas como um compromisso de toda a família. Mas isso não invalida que sejam remunerados pequenos trabalhos “extra”, como lavar o carro, por exemplo. Já a recompensa pelo desempenho escolar deve ser evitada.


O exemplo importa?

A forma como os pais lidam com as questões financeiras será, provavelmente, a influência mais importante que os filhos terão na sua relação com o dinheiro. Por exemplo, um pai que diga que não pode comprar um brinquedo porque não tem dinheiro, mas logo de seguida for comprar uma peça de roupa ou um ‘gadget’ para si, o mais certo é que o filho se senta confuso e injustiçado. 

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