Uma boa
noite de sono é indispensável para ajudar os mais novos a aprender novas
palavras e a desenvolver a memória. A conclusão é de um estudo recente de duas
universidades britânicas, que constatou que até as crianças com mais
facilidades de aprendizagem se lembram melhor dos novos vocábulos quando têm
oportunidade de "dormir sobre o assunto".
De acordo
com os investigadores, o sono desencadeia uma melhoria na memória, um facto que
poderá vir a ser útil para ajudar professores a combater problemas como o
autismo ou a dislexia. Embora se tenha acreditado durante muito tempo que a
facilidade de aprendizagem das crianças se deve ao facto de ainda estarem a
desenvolver a linguagem, este novo estudo defende que não é aí que reside o
segredo, mas sim no descanso.
As duas
equipas das universidades de York e Sheffield Hallam, em Inglaterra,
constataram que as crianças com idades entre os 7 e os 12 anos que estudaram
podem ser tão "distraídas" como os pais. Quando os mais pequenos
aprendem novas palavras, por exemplo, durante o pequeno-almoço, tendem a
esquecê-las umas horas mais tarde. Porém, depois de um intervalo de 12 horas -
com uma boa noite de sono - lembram-se de muito mais do que aprenderam.
Em comunicado,
Anna Weighall, do departamento de Psicologia da universidade de Sheffield
Hallam, afirmou que estes são "resultados verdadeiramente entusiasmantes,
que abrem uma nova dimensão na investigação acerca do desenvolvimento da
linguagem".
Segundo a
cientista, "pensava-se que as crianças não precisavam de dormir por serem
especialistas na aprendizagem de novas palavras, uma vez que o fazem a todo o
momento". Porém, as novas descobertas revelam que "as crianças e os
adultos usam o mesmo mecanismo de aprendizagem que os adultos - e o sono
ajuda".
"A
investigação que desenvolvemos prova que quando aprendemos uma lista de
palavras e somos questionados sobre ela depois de dormir nos lembramos de muito
mais do que se nos fizerem perguntas no dia da aprendizagem. A tendência é
pensar que iríamos esquecer, mas o sono protege o conhecimento e lembramo-nos
melhor no dia seguinte", conclui Weighall.
Clique AQUI para aceder ao estudo
publicado na revista científica Developmental Science (em inglês).
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