Chimoio,
Moçambique, 08 set (Lusa) - Francisco Tembo é cego, mostra-se seguro nas
palavras e nos passos, mas sem a certeza se o seu sentido de voto foi cumprido
nas últimas eleições, por falta de um voto especial, com grafia em Braille, que
lhe garantiria independência.
"É mais
fiel e seguro votar sozinho. Não falta traição quando o seu voto é confiado a
um acompanhante. A vantagem de um voto especial em Braille é que a pessoa se
tornaria independente na escolha", disse à Lusa Francisco Tembo,
presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO), em Manica,
centro de Moçambique.
A
organização lamenta o facto de continuar a ser excluída dos processos
eleitorais em Moçambique, ao não ser instituído, até ao momento, um voto
especial para este grupo de eleitores, e reclama boletins de voto com grafia em
Braille.
Tembo receia
que nas próximas eleições autárquicas, em 2013, e gerais (eleição das
assembleias provinciais, deputados da assembleia e Presidente da República), em
2014, se repitam os episódios dos anteriores atos eleitorais, em que votos dos
deficientes visuais terão sido adulterados por acompanhantes.
"Lamentamos
o facto de ainda não termos o boletim de voto em Braille. É uma necessidade
para se fazer inclusão no processo de votação, para trazer segurança na escolha
da nossa posição política" reafirma Francisco Tembo.
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