A Epilepsia Para Além dasCrises
Por
Ricardo Lopes
A epilepsia é uma das mais frequentes
doenças neurológicas com especial incidência nas crianças/jovens e idosos.
Calcula-se que uma em cada 100 crianças tenha ou venha a desenvolver esta
perturbação e, em Portugal, surjam cerca de 4000 novos casos por ano.
(…)
Estas podem estar directamente
relacionadas com a doença. Por exemplo, podem
surgir perturbações cognitivas temporárias relacionadas com as crises
epiléticas, como também o desempenho cognitivo das crianças e jovens portadores
de epilepsia pode encontrar-se afectado a longo prazo. São diversos os
factores que fazem variar o desempenho cognitivo, como a idade de início, o
tipo de crises, a medicação e o ambiente familiar. De uma forma geral, podem destacar-se défices ao nível da linguagem, da
memória verbal, não verbal e memória de trabalho, da atenção, das funções
executivas (principalmente inibição, flexibilidade cognitiva e tomada de
decisão) e redução na velocidade psicomotora.
Outras serão resultado da forma como se vive com a doença. A epilepsia está
associada a um elevado estigma social. O portador de epilepsia torna-se mais
dependente, pode ser alvo de superprotecção e encontrar mais restrições.
Encontra também maiores dificuldades ao nível das relações entre pares e, no
caso dos adolescentes, nas relações amorosas. Também menores níveis de
auto-estima e auto-confiança, surgindo sentimentos como vergonha, expectativas
negativas sobre a forma como são vistos e tratados. Não são raros os casos de
ansiedade e humor depressivo, no próprio ou na família.
(…)
Do estudo fica presente a necessidade de
aumentar o conhecimento dos professores sobre a epilepsia e como agir perante
uma crise convulsiva, reforçando a informação e sensibilização não só deste
grupo profissional como do público em geral.
Neuropsicólogo no CADIn
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