domingo, 6 de dezembro de 2015

Domingos dos Reis Quita

Domingos dos Reis Quita

Finalmente outra vez vejo perdida 
Às mãos do amor, a doce liberdade 
Que já livrei da sua crueldade 
Como quem de um naufrágio salva a vida. 

Já no meu coração nova ferida 
Abrem os duros golpes da saudade; 
E já vive outra vez minha vontade 
De esperanças aéreas revestida. 

Nunca cuidei que visse, amor tirano, 
Tão depressa quebrado o juramento 
Que fiz no puro altar do desengano. 

Mas quem pode viver de amor isento, 
Vendo naquele rosto soberano 
De tais olhos o doce movimento? 

Domingos dos Reis Quita, in 'Antologia Poética' 

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