Quando falamos em educação cognitiva muitos a entendem erroneamente como
uma forma mecânica de ensino; onde os alunos aprendem por repetição,
memorizando datas e conceitos. Assim, a impressão é de que os recursos
de nosso cérebro são usados apenas para reter informações necessárias
para determinadas situações (como para ser aprovado) sem, no entanto,
ter a compreensão dessas informações, podendo relacioná-las a outras já
conhecidas e utilizá-las em contextos diferenciados.
Na verdade a educação cognitiva é exatamente o contrário. Ela está ligada a construção do conhecimento, do pensamento crítico e reflexivo; assunto que vem sendo debatido há alguns anos, na tentativa de melhorar a qualidade de ensino/aprendizagem.
Na verdade a educação cognitiva é exatamente o contrário. Ela está ligada a construção do conhecimento, do pensamento crítico e reflexivo; assunto que vem sendo debatido há alguns anos, na tentativa de melhorar a qualidade de ensino/aprendizagem.
A contribuição de Jean Piaget é inegável, até para aqueles que
consideram a Teoria Cognitiva insuficiente para explicar como o
desenvolvimento e a aprendizagem acontecem.
Para Fonseca (2007) o ensino das competências cognitivas ou seu
enriquecimento não deve continuar a ser ignorado pelo sistema de ensino, onde afirmam que essas competências não podem ser ensinadas ou não precisam ser ensinadas.
Essas duas afirmações não estão corretas, uma vez que as funções
cognitivas podem ser melhoradas e treinadas; até porque não surgem
automaticamente por maturação ou pelo desenvolvimento neuropsicológico.
Toda criança ou jovem, não importa seu grau de inteligência, deve
adquirir as funções cognitivas básicas que possibilitem pensar
logicamente, de maneira a perceber que o mundo tem uma forma estruturada
e ordenada, aprender a aprender e aplicar sua inteligência em situações
inéditas.
Ainda para o autor, a escola e a maioria das instituições sociais
envolvidas na formação e qualificação de recursos humanos têm
negligenciado as vantagens da educação cognitiva, cuja função não é
ensinar conteúdos disciplinares ou matérias de conhecimento, mas
desenvolver e maximizar os processos de captação, integração, elaboração e expressão de informação,
ou seja, tudo que podemos definir como aprendizagem. De forma
harmoniosa visa o desenvolvimento cognitivo e emocional dos indivíduos,
proporcionando e fornecendo ferramentas psicológicas que permitam
maximizar a capacidade de aprender a aprender, de pensar e refletir, de
aprender a transferir e a generalizar conhecimentos e de aprender a
estudar e a comunicar, muito mais do que memorizar e reproduzir
informação.
Mas como isso é possível?
Nesta situação o professor deixa de ser alguém que transmite conhecimento e passa a ser um mediador e investigador em ação.
Em sala de aula ele observa seus alunos: como utilizam os recursos
cognitivos, como atendem e percebem os dados de um problema, como os
processam, analisam, comparam, categorizam, que estratégias criam para
elaborar, planificar e antecipar as respostas e como fazem uso de
procedimentos de verificação e de controle para experimentarem as
respostas ou soluções.
A partir dessas observações o professor terá o perfil cognitivo de seus
alunos, conhecendo suas habilidades mais desenvolvidas e as menos
desenvolvidas.
Assim, irá elaborar seu plano de aula baseado no desenvolvimento ou
aprimoramento dessas habilidades, sempre incentivando a reflexão
crítica, sem dar respostas prontas, mas guiando o aluno de forma que
este busque as respostas.
É importante salientar que não se trata apenas de mais um método de
ensino alternativo e de apoio pedagógico para alunos de baixo rendimento
escolar; mas sim de um instrumento educacional que leva em consideração
o conhecimento prévio do aluno e tem como pressuposto fundamental o
respeito pelo seu perfil cognitivo.
Sabemos que existem disciplinas e conteúdos importantes para a formação
do aluno. A intenção não é acabar com isso e deixar que aluno aprenda
quando e o que bem entender. Esses conteúdos levam em consideração suas
habilidades cognitivas, de forma que possam utilizá-los em situações
fora do ambiente escolar. Só assim podemos dizer que de fato o aluno
aprendeu.
Infelizmente, em algumas instituições educativas, os conteúdos são
apenas transmitidos sem que os alunos compreendam sua importância.
A aprendizagem deve ser significativa e ter um objetivo.
Isso é educação cognitiva.
Fonte: Fonseca, Vitor da. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem:
abordagem neuropsicológica e psicopedagógica. Ed.Vozes Ltda, 2007.
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