quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A PEC do MEC

OS RESULTADOS ESCOLARES DOS ALUNOS PORTUGUESES COM UM RATING BAIXO
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A imprensa divulga hoje alguns dados de três estudos comparativos internacionais sobre a competência escolar dos alunos de 4º ano de escolaridade, de 2011, em Matemática, Ciências e Português realizados pela International Association for the Evaluation of Education Achievement envolvendo 50 países. No Trends International Mathematics and Science Study, Portugal ocupou o 15º lugar a Matemática e o 19º a Ciências. No Progress in International Reading Literacy Study ficámos no 19º posto.
Dos dados releva ainda que mais de metade dos alunos portugueses se situa no nível intermédio, o segundo mais baixo de quatro. Regista-se que, face a 1995 última avaliação em Portugal do TIMSS, os alunos portugueses progrediram sendo que o MEC sustenta o progresso com a exigência da sociedade civil, a avaliação continuada através das provas de aferição e dos exames, sempre os exames como poção mágica para a qualidade.
É importante, naturalmente, registar os progressos dos resultados obtidos pelos alunos portugueses embora o próprio MEC reconheça que estão longe de ser satisfatórios.
Como muitas vezes tenho afirmado e considerando não só os resultados ao 4º ano, creio que se nos estudos fossem considerados outros anos de escolaridade os resultados talvez fossem menos simpáticos, O progresso consistente dos nossos alunos assentará, do ponto de vista do trabalho educativo, em dois eixos fundamentais, ajustamento sério nos conteúdos curriculares e na existência dispositivos de apoio a dificuldades de alunos professores que sejam suficientes, qualificados e precoces, ou seja, desencadeados tão cedo quanto possível e decorrentes de avaliações cuidadas e competentes.
Acontece que, do meu ponto de vista, a evolução recente da PEC – Política Educativa em Curso não parece orientada neste sentido embora, como sempre no discurso político, a retórica seja produzida no sentido certo.
As mudanças curriculares, apesar de alguns aspectos positivos não tocaram em alguns aspectos essenciais, organização e extensão dos conteúdos, e a introdução das metas de aprendizagem da forma que foram desenhadas e como serão operacionalizadas, levantam sérias dúvidas sobre a sua eficácia como alguns estudos começam a evidenciar.
Por outro lado, o aumento de alunos por turma que na maioria das escolas, dado o agrupamento a que foram submetidas, atingirá a lotação máxima, a inexistência de recursos suficientes e qualificados ao nível de docentes e técnicos também não parecem contribuir para a instalação de dispositivos de apoio eficazes e promotores de sucesso.
Pode no entanto acontecer que, avançando o sistema dual de ensino nos termos em que o MEC tem vindo a referir, introdução precoce e tendo como destinatários privilegiados os alunos em dificuldades, que estes deixem estar envolvidos na avaliação externa no âmbito dos estudos internacionais e, portanto, a estatísticas de sucesso comecem a ser mais simpáticas.
Na verdade, apesar de alguns aspectos positivos hoje conhecidos, gostava de me sentir mais confiante no futuro próximo no que respeita ao sucesso do trabalho de alunos e professores.

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