O aluno com síndrome de Down é café-com-leite?
Quem se lembra daquele menino que era desajeitado, mas insistia em jogar futebol? O professor colocava o garoto numa equipa e lá ficava ele, correndo e esperando que alguém lhe passasse a bola. Mas ninguém passava. Ele estava no jogo, mas não estava jogando. Ele era “café-com-leite”.
Ser “café-com-leite” tem muitos efeitos sobre a criança ou jovem. O primeiro é a percepção da condescendência e baixa expectativa: “apesar de saber que não é capaz, eu deixo-o participar”, o que traz como consequências imediatas: a baixa auto-estima e a desmotivação. O mesmo pode acontecer com o aluno com alguma deficiência em classe regular, quando o professor o vê como uma criança que está ali, mas não conseguirá aprender. Este educador adota esta postura geralmente com a intenção de proteger ou evitar frustrações para seu aluno por estar mais focado nas suas dificuldades do que nas suas competências. Mas a quando a criança percebe que a sua capacidade está sendo tratada de maneira desproporcional, aí sim se frustra, se entristece, se desinteressa. Ela estará no jogo, mas não estará jogando.
Para que o aluno com necessidades educativas deixe de ser ou não se torne um aluno “café-com-leite”, para que ele seja um aluno que, além de estar na escola, participa e aprende, há que se refletir sobre um conceito básico: compromisso. Um compromisso que deve partir da escola, da família e do próprio aluno.
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