sábado, 17 de março de 2012

Crónica de uma morte anunciada?!

T.P.C. 

Crónica: As razões da educação e formação

Os professores saíram da reunião, assentaram ideias e deram aulas. As situações acumularam-se, todos os dias, de todos os alunos da turma, de todas as disciplinas. Palavrões a meio da aula e não fazia mal porque não era para os professores mas para os colegas, estás a ver?, faltas de respeito directas, ameaças veladas, recusas em sentar-se na sala de aula, abandono da aula a meio, porque sim e porque não e, além do mais, vi uns amigos a passar pela janela e vou ter com eles, recusa em entrar na sala de aula, porque chegaram depois do professor, porque chegaram antes do toque, porque chegaram a horas mas o corredor é interessante, recusas em ser avaliado, era só o que faltava, escrever o nome no teste! Não escrevo nada e pronto!, enfim, se há uma coisa que os alunos não tinham é falta de imaginação na variedade de oposição a que construíam diariamente à educação e formação que a escola oferecia.

- Estou farto disto, comentou um professor. Eles são seis! Somos mais professores que alunos nesta turma! Isto é um desperdício de dinheiro, não achas?
- Eu tento não pensar assim, respondeu a professora. Eu tento pensar que se conseguirmos mudar as atitudes, nem que seja de um aluno, haverá um dia menos um roubo ou até menos uma morte. Tento pensar que é um investimento de outra maneira.

Sim, tenta-se pensar que vale a pena. Que uma vida preservada vale o salário e nervos e saúde de muitos professores. Mas é difícil não se pensar noutras coisas também.

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