Medida é uma entre várias que Portugal levou ao Comité das Nações Unidas
dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que está a avaliar a situação
portuguesa nesta área.
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência chefiou a delegação portuguesa a Genebra DANIEL ROCHA (ARQUIVO) |
A criação de balcões de atendimento
especializados em questões de deficiência, contratação de intérpretes de língua
gestual no Serviço Nacional de Saúde ou medidas fiscais mais vantajosas são
algumas das propostas que o Governo quer implementar nos próximos anos.
As medidas surgem na sequência da primeira
avaliação de Portugal pelo Comité das Nações Unidas dos Direitos das Pessoas
com Deficiência à implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência.
Portugal está sob avaliação e na terça-feira e
hoje teve lugar, em Genebra, na Suíça, a primeira sessão de avaliação, já que
esta é a primeira vez, desde a ratificação da convenção em 2009, que Portugal é
submetido a este processo de monitorização.
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com
Deficiência, Ana Sofia Antunes, que chefiou a delegação portuguesa, anunciou
que "Portugal está fortemente empenhado em garantir a mais elevada
protecção de todos os direitos humanos".
Nesse sentido, sublinhou que é intenção do Governo
lançar para os próximos anos uma série de medidas, sendo uma dessas medidas os
Balcões da Inclusão, ou seja, postos de atendimento especializados em questões
da deficiência que estarão disponíveis em todos os serviços da Segurança Social.
Por outro lado, pretende contratar intérpretes da
língua gestual para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como criar medidas
fiscais mais vantajosas para as pessoas com deficiência, além do lançamento do
sistema de apoio à vida independente.
De acordo com a secretária de Estado, outra das
prioridades "para os próximos meses" é a regulamentação do Código do
Trabalho, com vista a uma promoção da justiça no trabalho para as pessoas com
deficiência.
Ana Sofia Antunes frisou que a inclusão de quotas
para pessoas com deficiência na administração pública está regulamentada por
lei desde 2001, faltando, no entanto, que seja uma realidade.
Defendeu, nesta matéria, que a administração
pública seja um exemplo para que o regime de quotas possa ser alargado ao
sector privado.
De acordo com a governante, a protecção das
pessoas com deficiência é uma preocupação central do sistema de segurança
social, frisando que existem várias prestações pecuniárias com vista a proteger
crianças, jovens e adultos com deficiência, quer de carácter contributivo, quer
não contributivo, que são complementadas por uma rede de estabelecimentos e
serviços com respostas sociais dirigidas especificamente a estas pessoas.
Ana Sofia Antunes reafirmou que é intenção do
Governo lançar várias medidas "verdadeiramente promotoras de
inclusão", mas que para esse objectivo ser concretizado é preciso conhecer
a realidade das pessoas com deficiência, saber onde estão e "o que é
necessário para melhorar a sua situação".
Revelou que o Governo está a preparar um Livro
Branco que faça um retrato da situação actual e do qual irá resultar a Agenda
Nacional para as Pessoas com Deficiência, medida a implementar durante a actual
legislatura.
Apesar das várias medidas anunciadas, a secretária
de Estado admitiu que é necessário melhorar o regime de protecção, adiantando
que este está em fase de revisão e tem três objectivos essenciais: melhorar a
protecção social, retirar as pessoas com deficiência da situação de pobreza e
promover a empregabilidade.
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