A Associação Nacional de Docentes de
Educação Especial vai defender, na quarta-feira, no parlamento, mais
professores e recursos materiais para apoiar os cerca de 78 mil alunos com
Necessidades Educativas Especiais (NEE). "Pedimos esta audiência para
alertar a Comissão (de Educação, Ciência e Cultura) para algumas questões que
consideramos que são importantes que o Governo e a atual legislatura tome
atenção, como é o caso da alocação de recursos para a educação especial, uma
vez que nos últimos anos houve uma redução de recursos, com menos professores e
menos centros de inclusão", afirmou o presidente da Associação Nacional de
Docentes de Educação Especial (ANDEE), David Rodrigues.
Lembrando que estão identificados cerca
de 78 mil alunos com NEE, David Rodrigues quer também chamar a atenção dos
deputados parlamentares para a necessidade de melhorias na intervenção precoce
(destinada a crianças até aos seis anos), que considera "não ter sido bem
tratada". Depois, quando estas crianças entram para a escola acabam, em
muitos casos, por não ter o "currículo mais adequado à sua situação",
já que os currículos específicos individuais se afastam muito do currículo
regular. Por isso, a ANDEE defende que "devia ser criada uma medida
intermédia" para estes estudantes.
Uma melhoria da transição da escola para
a vida adulta e melhor formação de professores são outras das reivindicações
que a associação vai levar à comissão de educação. "Houve um desleixo de
formação que não levou em consideração a importância dos professores terem um
período de estágio, ou seja, foi uma formação com muita teoria e desligada da
prática", criticou.
A ANDEE já pediu também uma reunião com
o novo ministro da Educação e adianta que "tem visto com muito interesse e
muita expectativa as políticas atuais". "O começo desta nova equipa
foi bom, tivemos pela primeira vez um primeiro-ministro que falou em educação
inclusiva e o ministério da Educação já acabou com os exames nacionais (do 4.º
e 6.º anos) e criou provas de aferição, que permitem incluir muito melhor os
alunos com necessidades educativas", sublinhou David Rodrigues.
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