«É urgente restituir à escola a
sua função principal», que é «criar soluções para que se possa ensinar melhor,
afirmou o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, numa conferência de
imprensa sobre o novo modelo de avaliação do ensino básico, em Lisboa.
«O que estava a acontecer é que
a escola se estava moldar ao processo de exames», o que «é altamente pernicioso
e é algo que não queremos fazer», acrescentou o Ministro, referindo que é
preciso «dar um sinal inequívoco, no início deste período escolar, que a sua
função principal» é ensinar.
Tiago Brandão Rodrigues afirmou
que o modelo anterior «não estava apenas errado, era sobretudo nocivo», pelo
que era necessário «intervir urgentemente na reparação de danos causados por
uma política de cultura da nota, assente no treino [para preparar exames] e que
fazia da escola, não uma escola inclusiva e integradora, mas uma escola
seletiva».
O Ministro lembrou ainda que,
apesar das muitas alterações normativas à avaliação externa nos últimos anos,
só sob a tutela do anterior executivo «houve uma rutura no modelo de avaliação,
com exames em todos os ciclos do básico, o que levou a uma distorção do
processo de aprendizagem».
«Não há nenhum ímpeto
reformista, há uma vontade forte de corrigir os erros», sublinhou o novo
Ministro, que insistiu na ideia de devolver a estabilidade ao processo de
ensino e aprendizagens. Tiago Brandão Rodrigues enfatizou o importante papel
dos diretores de escola, dos professores, das famílias e, acima de tudo, dos
estudantes que, acredita, vão encarar as provas de aferição com «seriedade».
Nesta conferência de imprensa, o
Ministro da Educação referiu que o exame de Inglês de Cambridge (realizado no
9.º ano) foi descontinuado, porque é inadequado ao currículo dos alunos
portugueses.
Acerca das provas de aferição no
8.º ano, Tiago Brandão Rodrigues explicou que, num ano será realizada a prova
de Português e de outra disciplina, e, no ano seguinte, será feita a prova de
Matemática e de outra disciplina. Já os exames de Português e Matemática do 9.º
ano mantém-se porque são «o fechar do ensino básico e também uma certificação»,
sublinhou.
O Ministro adiantou que será
constituída uma comissão de acompanhamento deste modelo, composta por
professores e especialistas, para avaliar a implementação deste processo.
A partir de amanhã, Tiago
Brandão Rodrigues inicia uma série de reuniões pelo País - começando no Algarve
– com diretores de agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas para
apresentar todas as mudanças do novo modelo de avaliação.
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