É autónomo e
um exemplo de vontade de vencer. Rafael Guerreiro, de 20 anos, portador de
trissomia 21, trabalha nos recursos humanos de um banco em Lisboa, onde
distribui o correio interno e insere dados no computador. Todos os dias sai de
Alcochete, onde vive, e vai de transportes públicos (autocarro e metro) para o
trabalho, onde chega às 08h30. Nos tempos livres, Rafael é bombeiro em
Alcochete e toca trompete na banda. O jovem tem o 9º ano de escolaridade e está
perfeitamente inserido no mercado de trabalho.
A trissomia
21, também conhecida como Síndrome de Down, é uma doença provocada por um
cromossoma a mais no par 21. A anomalia genética faz com que os bebés nasçam
com características físicas específicas, sendo a perturbação do desenvolvimento
intelectual um dos problemas. Ainda não é conhecida a causa da doença, pelo que
qualquer casal pode ter um bebé com trissomia 21.
Em Portugal,
um em cada 800 bebés nasce com trissomia 21, segundo a associação Pais 21.
Quando a doença é detetada nos fetos, 95% dos pais optam por uma interrupção
voluntária da gravidez. Estima-se que em Portugal cerca de 15 mil pessoas sejam
portadoras da doença.
É um dos
maiores medos das futuras mães, pelo que a realização do chamado diagnóstico
pré-natal é fundamental, pois avalia o grau de risco do bebé ser portador de
uma trissomia 21.
No entanto,
ter Síndrome de Down não é sinónimo de isolamento nem impedimento para nada.
"Estas crianças devem seguir o ensino regular e ter os apoios de acordo
com as capacidades e dificuldades que vão sendo encontradas", explica
(...) Mónica Pinto, pediatra do neurodesenvolvimento. Contudo, o preconceito é
a maior barreira imposta pela sociedade. A integração no mercado de trabalho
nem sempre é fácil. "As dificuldades prendem-se com os estigmas e pouco
apoio nas idades da adolescência e do adulto, uma vez que há poucas respostas
após a conclusão da escolaridade, tornando-se difícil a sua integração plena.
Temos tido muitos casos de sucesso graças ao esforço dos pais", refere.
In: CM
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