Os professores representam cerca de 20 por cento do absentismo laboral por problemas relacionados com a voz, uma situação que resulta essencialmente da falta de formação sobre a correta utilização das cordas vocais, referiu este sábado um especialista.
Segundo Manuel Mendes Leal, do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de São João, esta realidade acarreta "custos muito elevados" para o Serviço Nacional de Saúde e para o sistema de Segurança Social, uma vez que obriga a tratamentos "mais ou menos prolongados" e a baixas médicas.
"Tudo seria bem mais simples e mais barato se a aposta fosse na prevenção dos problemas, mas isso passaria desde logo pela formação dos professores quanto à correta utilização da voz, já durante o curso", acrescentou aquela especialista à Lusa.
O problema mais recorrente da má utilização da voz é o surgimento de nódulos nas cordas vocais. O tratamento passa por sessões de terapia da fala, sendo normalmente necessárias "entre sete a nove", durante três ou quatro semanas.
"O problema é que os professores e outros profissionais têm uma noção irrealista da voz, pensam que ela aguenta tudo, e depois acontecem casos muito complicados", alertou.
Como conselhos básicos, Mendes Leal "receita" higiene oral, hidratação, aquecimento, atenção às infecções do nariz e cuidado com o tabaco, vincando ainda a importância de uma adequada postura corporal, de forma a que a voz seja projectada o mais longe possível com o mínimo de esforço.
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