O roubo de 5% e 6%, respectivamente, aos
subsídios de doença e de desemprego, não é roubo é "contribuição". O
aumento de impostos aos funcionários públicos, por via dos descontos para a ADSE, como forma
de compensar o chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nas pensões, não é
aumento de impostos é "contribuição". O esbulho aos pensiomistas da
Caixa Geral de Aposentações não é esbulho é "Contribuição
Extraordinária de Solidariedade", e o esbulho generalizado não é esbulho
generalizado é "alargamento da base de incidência".
Isto no país em que o trabalhador não é
trabalhador mas colaborador, não vende a sua força de trabalho ao patrão,
colabora com o empresário. Colaborar é as tarefas divididas lá em casa entre o
casal, e os filhos se ou houver, por exemplo.
Contribuição de solidariedade é quando os
meninos vestidos de parvos, vulgo escuteiros, andam na rua com as caixinhas a
catar moedas para a Liga Portuguesa Contra O Cancro, e o povo dá porque lhe
apetece dar e porque sim, também por exemplo.
A novilíngua vai de vento em popa. O
mexilhão, além de se lixar como diz o provérbio, ainda leva com a novilíngua
pela proa. E a passividade com que tudo isto é aceite é resumida na perfeição
pelo corrector do Word quando quer alterar novilíngua por novilhada.
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