terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Felicidade é um como, não um quê.(Herman Hesse)

É senso comum dizer que ler faz bem, que proporciona aos leitores inúmeros benefícios intangíveis. No entanto, é difícil encontrarmos estudos que comprovem essas teses. Ou era difícil. Investigadores da Universidade de Roma 3, em Itália, realizaram um trabalho com cerca de 1.100 pessoas para encontrar a resposta para duas questões: «Quem lê livros é mais feliz do que quem não lê?» e «A leitura melhora o nosso bem-estar»? A conclusão, apresentada no artigo «The Happiness of Reading», é bastante clara: os leitores são mais felizes e encaram a vida de forma mais positiva que os não leitores.
A pesquisa é dividida em tópicos e o primeiro deles aponta que quem lê é mais feliz do que quem não lê. Para chegar a tal conclusão, utilizaram a escala proposta pelo sociólogo holandês Ruut Veenhoven, que mensura o grau de felicidade das pessoas entre 1 e 10.
Os leitores tiveram uma pontuação 7,44, enquanto os não leitores, 7,21, diferença tida como significativa pelos pesquisadores.
Como uma outra forma de mensurar a felicidade, também usaram a escala de Cantril – conhecida como a de Bem-estar Subjectivo -, na qual os leitores ficaram com 7,12 e os não leitores, 6,29, numa métrica igual a de Veenhoven.
Já com a escala de Diener e Biswas, que vai de 6 a 30, os pesquisadores puderam analisar a diferença na maneira que leitores e não leitores vivenciam sensações positivas e negativas. Quem lê tem uma percepção maior de emoções como felicidade e contentamento (21,69 X 20,93), enquanto quem não lê sente mais sensações como tristeza e fúria (17,47 X 16,48).
Por fim, os académicos também constataram que os leitores são pessoas mais satisfeitas com a forma como usam o seu tempo livre, que a leitura é o que há de mais importante nas horas de ócio e que, no entanto, ler é apenas a quarta actividade que mais realizam enquanto não estão a trabalhar, ficando atrás de praticar desportos, ouvir música e ir a eventos culturais como exposições, teatro ou cinema.
Ou seja, ler torna-nos realmente humanos melhores.


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