segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Activa e significativa, assim se quer a aprendizagem


Organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, realizou-se hoje na Faculdade de Psicologia e de Ciências das Educação da Universidade de Coimbra uma conferência intitulada Avaliação dos alunos.

A primeira intervenção nessa conferência foi feita por Jeffrey D. Karpicke, investigador principal do Laboratório de Cognição da Aprendizagem da Universidade de Purdue, Estados Unidos da América. Na linha de trabalho de autores como R.E. Mayer e de H.L. Roediger, este psicólogo interessa-se pelo estudo duma questão relativamente nova mas já entendida como de grande importância em matéria de avaliação académica: a contribuição desta avaliação para a própria aprendizagem.

Assim, às funções clássicas da avaliação académica (diagnóstica, formativa e sumativa), vocacionadas para a verificação da aprendizagem, pode e deve adicionar-se-lhe a função de suporte à aprendizagem, dada a mobilização que, quando devidamente usada, faz dos processos de memória. Processos que são, no quadro das teorias cognitivistas, entendidos como fundamentais na aprendizagem que se designa por activa e significativa.

A dita intervenção, que está disponível na internet (a indicar aqui logo que possível) e em livro, tem por título Aprendizagem com base na recuperação: a recuperação activa promove uma aprendizagem significativa e começa assim:


"Embora não lhe seja conferido o papel central que merece, a recuperação é o processo-chave para perceber a aprendizagem e promovê-la. A aprendizagem é tipicamente identificada com a codificação ou construção de conhecimento, e a recuperação é considerada como uma mera avaliação de uma aprendizagem adquirida em experiência anterior. A aprendizagem baseada na recuperação como é aqui gizada baseia-se no facto de todas as expressões de conhecimento envolverem recuperação e dependerem dessa recuperação de pistas disponíveis num contexto particular. Além disso, cada vez que alguém recupera conhecimento, esse conhecimento é modificado, pois recorrer à recuperação melhora a capacidade de recuperar novo conhecimento no futuro. Praticar a recuperação não produz uma aprendizagem rotineira e momentânea; produz uma aprendizagem significativa e de longo prazo. No entanto, a prática da recuperação é uma ferramenta que muitos estudantes, cuja consciência metacognitiva desconhecem, não utilizam tantas vezes como deveriam. A recuperação activa é uma estratégica efectiva mas subvalorizada para promover uma aprendizagem significativa. 
Para entender a aprendizagem é essencial perceber os processos envolvidos em recuperar e reconstruir o conhecimento. Podemos pensar que sabemos algo, que as nossas mentes contêm ou possuem algum conhecimento, mas a única forma de examinar o conhecimento é envolver-se no acto de recuperação. As diferenças na capacidade de recuperar conhecimento poderão não advir não do que está «armazenado» nas nossas mentes, mas sim de diferenças nas pistas de recuperação que estão disponíveis em contextos particulares. Dada a importância fundamental da recuperação para entender a aprendizagem, é surpreendente que os processos de recuperação não tenham recebido mais atenção na pesquisa educacional."


sábado, 27 de fevereiro de 2016

O melhor professor é muito interactivo.(Bill Gates)

Paulo Guinote Professor e autor do livro “A Grande Marcha dos Professores”

(…)
Entre os docentes há uma cultura muito enraizada de igualdade. Consideramos que temos todos a mesma competência para desempenhar a profissão, daí que haja dificuldade em aceitar que a avaliação seja feita pelos pares. Tem de haver um grupo de professores avaliadores, que devem continuar a dar aulas, mas que devem ter um horário para se formarem e testar o modelo. É um investimento a médio, longo prazo que nenhum Governo, com um calendário de três ou quatro anos, aceita. O sistema está contaminado pelo facilitismo e pelo amiguismo. E há outra questão: com a carreira congelada em oito dos últimos dez anos, mesmo uma má avaliação não tem consequências. Por isso, o que sentimos é que é uma inutilidade. Estimula-se a apatia e fomenta-se o desânimo. 
(…)
Lamento muito que a minha filha, que está no 7º ano, tenha turmas com mais alunos do que eu tive, há 35 anos. Os políticos acham que tudo se resolve na base dos rácios e não percebem que ter uma turma de 30 alunos é um esforço para um professor com 50 ou 60 anos que poucas pessoas são capazes de calcular. E há professores que têm dez turmas. Ainda assim, conseguimos progressos nos exames internacionais. 
(…)


(Os Sindicatos)Têm um papel essencial, mas dificilmente me sinto representado por alguém que não exerce a minha profissão há décadas. Gostava de ver à sua frente pessoas que dessem pelo menos um ano de aulas em cada década. Não sendo assim, são profissionais do sindicalismo. Não são professores.
(Leia toda a entrevista aqui)






Me entristece o quanto fomos deixando de escutar. (Pensatempos, Mia Couto)

Sorveteria reúne equipe formada por deficientes auditivos

Empresário também é surdo e diz que sorveteria é para todos os públicos. Estabelecimento vende sorvetes e picolés italianos em Aracaju.
Aracaju ganhou uma sorveteria em que proprietário e funcionários são todos surdos, mas o diferencial do negócio é a técnica italiana, famosa por fabricar o melhor sorvete do mundo.
Pessoas com deficiência auditiva estão presentes no quadro de funcionários de várias empresas, mas nesta sorveteria eles são 100%. Do atendente ao proprietário, que fica no caixa. A namorada dele, que também não escuta, ajuda.
A ideia de Breno Oliveira é inédita no estado. “Pensei em criar um empreendimento mas não sabia como seria. Tive que pesquisar para saber investir. Decidi apostar no ramo de sorveteria e fui até São Paulo para fazer cursos. Comecei a me interessar e passei a conhecer diversos tipos de sorvete. Montei a sorveteria com  a proposta de oferecer aos clientes sorvetes mais leves, saborosos e suave”, explica.
Ele optou por vender sorvetes e picolés italianos, mas garante que a ideia não foi criar uma sorveteria voltada apenas para pessoas com deficiência auditiva. “A sorveteria é para todos os públicos e os clientes acabam se acostumando e aprendendo a fazer essa comunicação visual com a gente. Eles até aprendem sinais de libras. Nossa proposta foi mostrar que o cidadão surdo pode se comunicar e ser compreendido. Quero que este estabelecimento sirva de referência para outras”, orgulha-se.
A conversa no balcão é por meio de gestos comuns como apontar e dar o sinal de positivo. Tem sido uma experiência interessante para o atendente, que antes tinha trabalhado apenas como auxiliar num supermercado. “Experiência interessante que os clientes estão aprovando. Estou adorando ser liderado por um surdo também. Os clientes são pacientes, apontam para o tipo de sorvete que querem e até se divertem”, disse o atendente Adriano Araújo.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

5 Educational Trends for 2016

Do you know what 50 percent of NASA’s employees have in common?
The answer, as surprising as it might be for some people to understand, is that they are dyslexic. The employees are chosen for these highly regarded positions due to the fact that they possess amazing problem solving skills and spatial awareness. While we don’t need to be rocket scientists to understand the problems our dyslexic children face, we should be aware of some new emerging trends in the field of dyslexia education.
As we flip over the calendar for a new year, it’s a great time to look ahead for education trends emerging in the area of dyslexia. Thankfully, this year looks to be full of promising innovations and positive approaches to help our children embrace their unique learning and thinking styles to thrive in school settings and maintain learning levels that are equal or above their peers.

Here are some emerging trends to watch for in upcoming months:

Awareness about dyslexia will be growing.

This year expect to see a push in the schools for early intervention and identification in students. This will ultimately help educators, parents, caregivers, and children embrace the diagnosis to improve a child’s educational experience. As more information becomes available regarding the science behind dyslexia, we will see social media campaigns and parental advocates spreading the word about this learning difficulty. Currently, #saydyslexia is being promoted on the Internet in an effort to inform educators about the specific needs of children with dyslexia.

Schools will focus more on dyslexia and related processing differences.

In 2015, the Department of Education issued a formal statement clarifying that dyslexia falls under the Individuals with Disabilities Education Act. They recommended that teachers include dyslexia in IEP’s (Individualized Education Program) if it would help “meet the child’s educational needs”. This is important, because until recently, dyslexia was often overlooked by educators and schools, with only 1 out of 10 dyslexic children qualifying to receive in-school services. This meant many  children have missed out on receiving needed educational support or opportunities to develop their strengths.

“Maker Spaces” are emerging in classrooms.

Educators and innovators are adapting the way they present and teach lessons to help children focus on their strengths. This allows dyslexic children an opportunity to fine tune and develop their talents. Some school districts are turning to technology and nonprofit groups to find opportunities for hands on learning projects that allow students to manipulate materials and tools while working on technology projects. This engages students, allows them to develop their curiosity, and allows a work area that encourages higher level learning skills.

Children will be interacting with a variety of educators to get more individualized instruction.

Look for Multi-Tiered System of Support (MTSS) and Every Student Succeeds Act (ESSA) in your child’s district. These relatively new ideas are being implemented in many schools and they allow students to receive individualized specific support or programs to help them become more proficient in core academic areas. Expect your child to be working with a team of educators in and out of the classroom.

Technology will help excite and engage students to overcome learning barriers.

Parents and educators will be able to harness technology to introduce games and apps to teach concepts or offer meaningful practice outside of school hours. There are some wonderful apps on the market geared specifically for dyslexic users that use voice recognition or read aloud text to a user which can bypass frustration with typing or writing. Also, teachers are utilizing apps that use fonts and background colors that make reading easier.

Looking Ahead

Research and studies have shown that dyslexic people process written words differently than most, but at the same time they often excel in areas of creativity, spatial reasoning, and thought processes. This large demographic (20 percent of the U.S. population) shares a unique experience that can lead to advantages in schools, jobs, or home lives. The year 2016 looks to be on task for focusing on the positive and helping our children maximize their opportunities so they can shoot for the stars in life.



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Nós, os pobres, somos como o algarismo zero, que por si só nada vale e faz valer a cifra que a ele se junta - tanto mais quanto mais zeros lhe forem acrescentados.(Mateo Alemán)

O contexto socioeconómico dos pais influencia as notas dos filhos, mas escolas e professores dinâmicos podem alterar o "destino" dos alunos, conclui estudo do Ministério da Educação.
Está genericamente comprovado, através de vários estudos, que o contexto socioeconómico das famílias influencia o sucesso escolar dos alunos. E esta ideia tem sido passada e aceite ao longo dos últimos anos. Mas agora um estudo levado a cabo pelo próprio Ministério da Educação conclui que há outros fatores a influenciar os resultados dos alunos, reforçando a necessidade de centrar as atenções nas escolas e nos métodos de ensino.
A Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) confirma, através do estudo “Desigualdades Socioeconómicas e Resultados Escolares”, que “há uma relação muito forte entre o desempenho escolar dos alunos e o meio socioeconómico dos seus agregados familiares” a nível nacional, na medida em que os alunos oriundos de famílias de baixos rendimentos apresentam taxas de sucesso mais baixas.
Um exemplo: entre os alunos cujas mães têm uma licenciatura ou bacharelato, a percentagem de percursos de sucesso (positiva nas provas finais de português e matemática e zero chumbos nos 7.º e 8.º anos) no 3.º ciclo é de 71%, uma percentagem que cai para os 19% entre os alunos cujas mães têm habilitações baixas, equivalente ao 4.º ano.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Odeio os livros; ensinam apenas a falar daquilo que não se sabe.(Jean Jacques Rousseau)

Tecnologias de Apoio 

Este Livro e Um texto introdutório à temática das Tecnologias de Apoio. 

Como  Tecnologias de Apoio  São Produtos, Serviços OU Práticas com Vista à Promoção da Qualidade de Vida das Pessoas com Deficiência. Pretende-se dar Uma Visão Geral Desta  área  Científica multidisciplinar, caracterizar potenciais Utilizadores e apresentar Exemplos das Tecnologias de Apoio existentes atualmente no Mercado, Organizados POR Áreas Funcionais (Mobilidade, Manipulação, Comunicação, Orientação e cognição). Descreve-se AINDA o Enquadramento jurídico da prescrição de Tecnologias de Apoio em Portugal. 

O livro Destina-se a todos OS Profissionais da área da Reabilitação e do Ensino Especial, Utilizadores FINAIS E, EM GERAL, A TODOS OS INTERESSADOS em Tecnologias de Apoio.


"Este e Um texto introdutório à temática das Tecnologias de Apoio (TA) Para PESSOAS COM Deficiência. O Conceito de Tecnologias de Apoio Aqui veiculado E Definido Como" Uma gama Ampla de Dispositivos, ajudas Técnicas, e Práticas Serviços, concebida e Aplicada Paragrafo PROMOVER a Melhoria da Qualidade de Vida das Pessoas com deficiência "(Adaptado de (Cook & Polgar, 2008)). Neste Livro, fazem-se inúmeras chamados REFERÊNCIAS AOS" Produtos de Apoio "(PA) existentes no Mercado que, Numa perspetiva de Intervenção multidisciplinar, São parte Integrante das Tecnologias de Apoio (e, Por vezes, com ELAS se confundindo). Os PA ajudam a APOIAR intervenções dos técnicos de Educação Especial e Reabilitação Nos grupos de Pessoas com Deficiência, contribuindo Paragrafo a Melhoria da SUA Qualidade de vida . "

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Felicidade é um como, não um quê.(Herman Hesse)

É senso comum dizer que ler faz bem, que proporciona aos leitores inúmeros benefícios intangíveis. No entanto, é difícil encontrarmos estudos que comprovem essas teses. Ou era difícil. Investigadores da Universidade de Roma 3, em Itália, realizaram um trabalho com cerca de 1.100 pessoas para encontrar a resposta para duas questões: «Quem lê livros é mais feliz do que quem não lê?» e «A leitura melhora o nosso bem-estar»? A conclusão, apresentada no artigo «The Happiness of Reading», é bastante clara: os leitores são mais felizes e encaram a vida de forma mais positiva que os não leitores.
A pesquisa é dividida em tópicos e o primeiro deles aponta que quem lê é mais feliz do que quem não lê. Para chegar a tal conclusão, utilizaram a escala proposta pelo sociólogo holandês Ruut Veenhoven, que mensura o grau de felicidade das pessoas entre 1 e 10.
Os leitores tiveram uma pontuação 7,44, enquanto os não leitores, 7,21, diferença tida como significativa pelos pesquisadores.
Como uma outra forma de mensurar a felicidade, também usaram a escala de Cantril – conhecida como a de Bem-estar Subjectivo -, na qual os leitores ficaram com 7,12 e os não leitores, 6,29, numa métrica igual a de Veenhoven.
Já com a escala de Diener e Biswas, que vai de 6 a 30, os pesquisadores puderam analisar a diferença na maneira que leitores e não leitores vivenciam sensações positivas e negativas. Quem lê tem uma percepção maior de emoções como felicidade e contentamento (21,69 X 20,93), enquanto quem não lê sente mais sensações como tristeza e fúria (17,47 X 16,48).
Por fim, os académicos também constataram que os leitores são pessoas mais satisfeitas com a forma como usam o seu tempo livre, que a leitura é o que há de mais importante nas horas de ócio e que, no entanto, ler é apenas a quarta actividade que mais realizam enquanto não estão a trabalhar, ficando atrás de praticar desportos, ouvir música e ir a eventos culturais como exposições, teatro ou cinema.
Ou seja, ler torna-nos realmente humanos melhores.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

(Este tipo de) Intimidade: uma relação entre dois tolos, providencialmente atraídos para a sua mútua destruição.(Ambrose Gwinett Bierce)

Conheça os perigos do “sexting” e a forma de os evitar

Nos últimos anos, o termo “sexting” espalhou-se rapidamente entre os adolescentes e jovens de todo o mundo. Este perigoso fenómeno, que consiste em trocar dados íntimos, seja na forma de mensagem de texto, fotografias ou vídeos através de aplicações como o WhatsApp, Viber, Snapchat ou Skype, pode ter graves consequências para os seus utilizadores.
Os canais de comunicação de hoje em dia permitem um rápido intercâmbio de imagens ou vídeos, fazendo com que muitos destes dados percam a sua privacidade e, inclusive, cheguem às mãos de estranhos. Aliás, muitas das vítimas não têm consciência de que essa informação íntima pode ser desviada sem o seu consentimento, arriscando-se a que seja exposta e até mesmo publicada em páginas web pornográficas. Além disso, no pior cenário, esses conteúdos podem ser utilizados por cibercriminosos para chantagear as vítimas.
Uma das consequências mais graves do “sexting” é os adolescentes acabarem por ser vítimas de bullying por parte dos seus pares. Segundo um estudo recente da Kaspersky Lab, o assédio online é a maior preocupação para 36% dos pais. Além disso, metade deles acredita que as ameaças online aos mais jovens estão a aumentar e 31% pensa que não tem qualquer controlo sobre o que os seus filhos fazem na Internet.
De acordo com Alfonso Ramírez, diretor geral da Kaspersky Lab Iberia, “embora os pais tenham conhecimentos sobre a Internet e possam orientar os seus filhos, o comportamento dos adultos neste mundo é sempre diferente do dos mais novos e muitas vezes imprevisível. O problema não é a diferença de aptidões tecnológicas entre as gerações, mas a falta de conhecimento dos pais sobre a forma como os seus filos usam a tecnologia, sejam redes sociais ou serviços de mensagens instantâneas”.
Eis alguns conselhos sobre como evitar as graves consequências do “sexting”:
1.    Não partilhe fotografias íntimas. Muito menos com estranhos, mesmo que insistam para que o faça.
2.    Não envie conteúdos privados para atrair a atenção da pessoa de quem gosta. Se não for recíproco, essa pessoa pode acabar por divulgar a suas mensagens só por divertimento.
3.    Não use o “sexting” como forma de pregar partidas ou de fazer piada. Este é um assunto sério, que lhe pode trazer muitos problemas.
4.    Não publique fotos íntimas nas redes sociais. Há sempre alguém disposto a usá-las contra si.
5.    Instale uma solução de segurança capaz o/a proteger contra estes perigos, como o Safe Kids da Kaspersky Lab.
Mas o que fazer se estes conteúdos forem tornados públicos? Aqui ficam cinco passos que deve seguir:
1. Não comente as imagens ou vídeos publicados nas redes sociais. Evitará, assim, atrair ainda mais atenção.
2.É possível minimizar as consequências negativas publicando conteúdos positivos nas redes sociais. A melhor forma de fazer frente a esta situação é ignorar todos os comentários que tenham a ver com o incidente.
3. Independentemente da plataforma onde se publicaram estes conteúdos íntimos, recomendamos que alerte o administrador do espaço para o informar que essas imagens ou vídeos foram publicados sem o seu consentimento. Neste caso, a plataforma é obrigada a eliminá-los.
4. Se estas recomendações não forem suficientes, o melhor é contactar um advogado e informar-se acerca da legislação em matéria de proteção de dados pessoais e distribuição de pornografia infantil.

5. Denunciar o delito aos organismos pertinentes, nomeadamente à Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública (PSP).

sábado, 20 de fevereiro de 2016

E dizer que, quando formos grandes, talvez sejamos tão estúpidos quanto eles! (Louis Pergaud)

Criança está entre os 116 condenados in absentia por tribunal do Cairo sob acusações de homicídio, destruição de propriedade e incitamento a motins e protestos

Uma criança egípcia de quatro anos foi uma das 116 pessoas que um tribunal do Cairo condenou a prisão perpétua na quinta-feira, pelos alegados crimes de homicídio, destruição de propriedade e incitamento a motins e manifestações — num caso que remonta a 3 de janeiro de 2014, quando a criança em questão tinha apenas um ano e meio de idade.
De acordo com os advogados de defesa dos arguidos, condenados in absentia, o tribunal militar que ditou as sentenças recusou-se a aceitar os documentos que provam a idade de Ahmed Mansour Qarni. O advogado Ramadan Farhat garante que Qarni nasceu em setembro de 2012 e acusa o tribunal de ignorar o certificado de nascimento da criança e avançar com o veredito.

Qarni e os outros 115 egípcios condenados esta semana a passar a vida na prisão integram um grupo de mais de 100 mil cidadãos do país que foram detidos e julgados só em 2015 por oposição ao regime de Abdel Fattah al-Sisi, apontam contas da Amnistia Internacional.

Não vás ainda embora, ó sombra amiga! (Florbela Espanca)

Ser um exemplo para uma sombra que se quer gente!
Uma boa ideia!

Gosto quando as escolas se abrem aos pais e não os tratam com desconfiança como se estes não quisessem o melhor para a instituição onde os seus filhos passam a maior parte do tempo.
Gosto quando as escolas não desvalorizam os alunos e as suas famílias.
Gosto daquelas que não vivem para servir os professores, mas os alunos.
E feita esta declaração de interesses cá vai uma excelente ideia dos pais e que a escola acolheu para bem dos seus alunos.
A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Secundária Filipa de Lencastre, em Lisboa, em conjunto com a direcção do agrupamento, criou um programa com o objectivo de os seus alunos terem uma oportunidade de conhecerem a realidade do mercado de trabalho. Como? Durante um curtissimo espaço de tempo, o aluno transforma-se na sombra de um profissional e acompanha-o no seu ambiente de trabalho.
Lembrem-se como eles têm tantas dúvidas sobre o que querem ser. Lembrem-se como não fazem ideia do que é um escritório, um laboratório, como funciona uma pequena ou grande empresa. Andar atrás de um advogado, de um analista, de um professor, de um economista, de um... pode ajudá-los a tomar decisões!
Tão simples e, pode ser, tão eficaz! Parabéns!


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Ver para querer

11 truques úteis para pessoas que usam óculos
Os benefícios de usar óculos estão, literalmente, à vista de quem os usa. A sua utilização, às vezes, pode ser um fardo, mas os pequenos inconvenientes podem ser contornados de onze formas criativas.
 

Usar óculos é uma necessidade mas muitas vezes é também um incómodo. As pessoas que usam óculos enfrentam pequenos aborrecimentos diários que os outros, muitas vezes, não entendem.
Como limpar as lentes de maneira a que fiquem limpas por mais tempo? Como encontrar o estojo dos óculos no escuro? E como evitar lavar o cabelo com gel duche em vez de champô no banho? Conheça 10 respostas a estas e outras perguntas na fotogaleria abaixo, sugeridas pelo site Mashable.
Clique para ver o vídeo

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Não o sei e sei-o bem.(Fernando Pessoa)

Há professores assim, há psicólogos assim... Há de tudo, como em todas as profissões.


Há professores que gostam muito de relatórios; que pedem insistentemente aos pais que levem o relatório do Psicólogo que acompanha o filho. Como se aquele documento justificasse todos os insucessos, todas as frustrações, todas as injustiças que, muitas vezes, os alunos são sujeitos; como se aquele documento carimbasse o desfecho do percurso escolar; como se necessitassem dele para catalogar - muitas vezes, as crianças são catalogadas sem qualquer papel anexado ao seu processo. Reforço a ideia de alguns professores; não tenho conhecimentos para falar em percentagens, em maiorias ou minorias. Só estou a basear-me em situações (minhas) conhecidas e (julgo) pontuais.
Há psicólogos que, se consideram que o relatório só serve para ficar no processo do aluno como justificativo dos fracassos, aceitam passar o tão desejado relatório, mas com a condição de o mesmo conter directrizes claras de como se pode trabalhar com o aluno, de como ele pode ultrapassar algumas das suas dificuldades, com sugestões de estratégias de trabalho. Estes psicólogos tentam estabelecer um compromisso de trabalho cooperativo (escola, pais e, neste caso, o psicólogo).
Há psicólogos que, se for para o bem do aluno, empenham-se na elaboração do relatório; se for só para classificá-lo dificultam a vida dos professores que querem apenas uma justificação para anexar ao seu processo (por vezes os relatórios são necessários, no entanto, nem sempre são essenciais para o sucesso do aluno, pelo contrário). Admiro esta atitude. É que com tanta preocupação em classificar problemas de aprendizagem e patologias, com tanta preocupação em conseguir justificar o fracasso com um papel, os professores desviam-se da essência do que é a sua exigente e grandiosa profissão: fazer aprender.
Atenção, não defendo que o psicólogo explique ao professor como é que ele deve exercer a sua profissão, o professor saberá fazê-lo melhor que ninguém. O que defendo é que em situações em que o professor necessite de ajuda (ou o psicólogo) pode pedi-la sem receios. Ser professor não é a mesma coisa que ser psicólogo, logo, considero que existem situações em que o trabalho conjunto trará benefícios ao aluno. Há professores que não compreendem isto; há outros que o compreendem muito bem.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O homem deve comer para viver e não viver para comer.(Textos Judaicos)



A Direcção-Geral da Saúde disponibiliza o "Manual para uma Alimentação Saudável em Jardins de Infância". Destina-se aos educadores de infância e ao pessoal directamente envolvido na preparação e fornecimento de alimentação às crianças.

Este manual contém informação básica sobre alimentação saudável da criança em idade pré-escolar, designadamente:
·                     Importância da educação alimentar e seus objectivos;
·                     Alimentação e nutrição;
·                     Grupos dos alimentos;
·                     Necessidades nutricionais da criança em idade pré-escolar;
·                     Distribuição das refeições;
·                     Regras de higiene na preparação das refeições.
Para além de uma necessidade fundamental, a alimentação é um dos factores do ambiente que mais afectam a saúde. Já não basta ter acesso a bens alimentares. É necessário "saber comer" - saber escolher os alimentos de forma e em quantidades adequadas às necessidades diárias, ao longo de diferentes fases da vida.

Se, por um lado, muitos dos nossos hábitos alimentares são condicionados desde os primeiros anos de vida, por outro, uma alimentação saudável durante a infância é essencial para um normal desenvolvimento e crescimento, bem como na prevenção de problemas de saúde ligados à alimentação.

O papel da família na alimentação e na educação alimentar das crianças e jovens é inquestionável, mas a escola, e em especial o jardim-de-infância, assume uma particular importância.

Pode consultar o "Manual para uma Alimentação Saudável em Jardins de Infância" , AQUI


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Às vezes as ‘pobres criancinhas ricas’ são mesmo pobres criancinhas ricas,

(…)
Em 2013, o adolescente Ethan Couch, de 16 anos, provocou a morte de quatro pessoas e feriu nove, enquanto conduzia embriagado no Texas, Estados Unidos. Os seus advogados alegaram que o jovem sofria de uma condição chamada “affluenza” para justificar a sua não-culpabilidade, argumentando de que a falta de valores morais e limites se devia à permissividade dos pais. Detido no fim de 2015 por ter violado a sua liberdade condicional e a aguardar julgamento, surgem as opiniões – “miúdo mimado”, “reflexo de negligência parental” ou “culpa de um vírus”?
O termo “affluenza” vem das palavras inglesas “influenza” (“gripe”, em português) e “affluence” (“influência, riqueza”), foi popularizado nos anos 1990 e refere-se a jovens que nunca terão aprendido a ser responsáveis nem a medir as consequências dos seus actos. A culpa disto seria dos pais, que teriam mimado os jovens em demasia. Mas esta condição nunca foi reconhecida pela Associação Americana de Psicologia – “há um conjunto de comportamentos e criou-se o termo para falar disso, mas não corresponde a um diagnóstico clínico, a comunidade não o aceita como tal”, atesta José Morgado, especialista em psicologia de educação, em conversa telefónica com o PÚBLICO.
A utilização desta condição foi uma estratégia de defesa de Couch – tentar provar a instabilidade perante um crime pesado em que o arguido é culpado é “comum” – mas “a América tem um contexto muito particular nas questões jurídicas, com meandros muito diferentes dos nossos”, lembra Morgado. “Não tenho a certeza se um caso com esse figurino teria o mesmo final num país da Europa, o modelo de justiça é muito diferente”.
Morgado admite, porém, que há crianças e jovens que crescem com alguma desregulação ao nível dos valores e dos limites. Há aqui algo que a sociedade não deve ignorar, defende Suniya Luthar, professora de psicologia na Universidade do Estado de Arizona num artigo para a agência Reuters intitulado Às vezes as ‘pobres criancinhas ricas’ são mesmo pobres criancinhas ricas, citado pela CNN. “Há provas crescentes de que os filhos dos ricos estão-se a tornar cada vez mais perturbados, irresponsáveis e auto-destrutivos”, defende Luthar, que investiga as vidas de crianças privilegiadas há 25 anos. José Morgado defende, no entanto, que “não há uma relação directa entre ter muito dinheiro e ter um determinado tipo de comportamento” por “uma razão simples: se houvesse uma relação causa-efeito, todas as pessoas teriam o mesmo comportamento na mesma circunstância e isso não se verifica”.
“São mais os estilos de vida que podem estar ligados a determinado tipo de condição, determinados tipos de exercício profissional, pouca presença familiar… Estes estilos podem reflectir-se ao nível do estabelecimento da educação, os miúdos ficam mais sós, com menos regras, com menos orientação, menos níveis de comunicação”, explica Morgado, que trabalha directamente com pais e professores de vários colégios e ouve queixas de determinado tipo de comportamentos. “Há pais muito ausentes que, como têm dinheiro, compram o serviço educativo, não o exercem. Não porque queiram ser maus pais”, continua, “mas não têm tempo, têm horários exigentes”.
Mas isto não está relacionado, frisa o especialista, com “mimo a mais”. “Tira-me do sério a expressão dos miúdos que têm mimos a mais. Não há ninguém que tenha mimos a mais, são é maus mimos”, diz, sublinhando o mimo como um bem imprescindível na vida das pessoas em qualquer idade. “Se não lhe dão mimo, se deixam fazer tudo o que a criança ou o jovem quer, isto não é mimo, é mau mimo, é um mau serviço prestado à criança”, enfatiza José Morgado.
Os miúdos a quem chamam “muito mimados” são crianças “mal-educadas”, diz José Morgado. “São miúdos sem regulação nos valores e nos limites”, que precisam de ouvir mais “nãos”.
As crianças e jovens “precisam e querem que lhes digam o que está certo e o que está errado e aprender a serem responsáveis e as consequências das suas acções”, frisa o psicólogo norte-americano Harris Stratyner à CNN. “O que as pessoas não percebem é que, para as crianças, os limites são necessários para que se sintam seguras. Elas não são cognitivamente capazes de definir limites para si próprias por isso precisam que nós, pais, lhes digamos ‘ok, é aqui que estou a traçar a linha. Não podes ultrapassá-la e haverá consequências se o fizeres’”, acrescenta Suniya Luthar.
Comunicação é essencial
“É preciso arranjar formas de comunicação com os miúdos”, reconhece José Morgado. Mas também é preciso “sermos realistas”: “Não posso dizer a um pai, que tem um trabalho e horários exigentes, para arranjar tempo. É preciso é adaptar o tempo às suas circunstâncias de vida. Há menos tempo mas o tempo de que dispõem tem de ser para comunicar com os miúdos”, aconselha, lembrando que a educação é feita com base na relação e só há relação se houver comunicação. “É isto que os pais não se podem esquecer”.
É preciso sermos “proactivos” e ter atenção, realça o psicólogo. “Quando chegamos a casa devemos perguntar aos jovens como correu o dia. Podem não querer falar, há a idade em que preferem falar com os amigos dos seus grupos, mas é importante os pais perguntarem e mostrarem que estão lá” para qualquer eventualidade, continua.
A psicoterapista norte-americana Eileen Gallo, co-autora do livro Silver Spoon Kids: How Successful Parents Raise Responsible Children, chama a atenção para as conversas dos pais com os filhos não só sobre os dias de escola dos miúdos mas também para contar os seus dias de trabalho. As conversas são “tão importantes” nestes casos, diz à CNN, “provavelmente ainda mais nos dias de hoje” – em que o contacto é feito através de chamadas ou troca de mensagens nas redes sociais em vez de conversas cara-a-cara.
Os níveis de deliquência entre pobres e ricos são “comparáveis”, diz Suniya Luthar. Independentemente dos rendimentos e do seu lar, há sentimentos de ansiedade, depressão, crimes – e é essencial haver figuras a seguir (role models) e comunicação. A única diferença pode ser a forma de quebrar as regras: nos lares das famílias de classe média-alta “o dinheiro é abundante, por isso os jovens têm mais dinheiro para comprar drogas, álcool e arranjar sofisticados bilhetes de identidade falsos e os pais têm dinheiro para pagar a advogados bons”.
“Não é fácil. É confuso. Isto de ser um pai ‘bom o suficiente’ é desconcertante. E pensar que só por que temos mais estudos ou mais dinheiro temos as respostas certas, que sabemos a melhor coisa a fazer para continuar a fazê-la, é um equívoco”, refere Luthar.