quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os que sabem, os políticos, o sindicalista e os deputados por Viseu

I - Joaquim Azevedo, secretário de Estado do Ensino no segundo Governo de Cavaco Silva, teceu duras críticas à política educativa dos últimos anos. “Os mega-agrupamentos são a evidência do desnorte da administração central. Juntam-se escolas como embalagens de fiambre, aperta-se um pouco e cabe sempre mais uma”(...)
“Tanta precipitação, tanta falta de estudo, tanto autoritarismo”, criticou Azevedo, considerando que “a administração central não está disponível para abdicar do seu poder” e atribuir mais autonomia às escolas.
Helena Peralta, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, também foi muito crítica da forma como são feitas em Portugal as reformas curriculares. “Nos outros países europeus, as reformas curriculares são pensadas, estruturadas. Aqui mudamos porque sim. E isto, senhores representantes do povo, é um perigo”, avisou, dirigindo-se aos deputados de todas as bancadas parlamentares presentes, propondo “uma constituição para a Educação”. “Já temos a lei de bases mas não é cumprida, uma constituição obrigaria mais”, disse.
II - A deputada bloquista Ana Drago criticou a forma casuística como foi feita a revisão curricular: “O ministro Nuno Crato, como diz a música, teve um ‘feeling’, e trocou umas disciplinas por outras.”
Por seu lado, a deputada comunista Rita Rato exigiu a “urgente suspensão da revisão curricular”.
Inês Teotónio Pereira, do CDS-PP, depois de diversos intervenientes terem defendido que a revisão curricular vai levar ao despedimento de muitos professores, afirmou que “com o reforço da carga horária em disciplinas estruturantes até podem ser precisos mais professores”.
III - Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, que assistiu à conferência, considerou “ridícula” a afirmação da deputada, frisando que “mesmo que entrem alguns professores por esta via, são muitos mais os que vão para a rua”.
IV - Acácio Pinto, do PS, afirmou que “o Governo faz o discurso da autonomia das escolas mas revela um centralismo absoluto na acção”. Já Maria Ester Vargas, do PSD, considerou que a revisão curricular “foi uma decisão tomada de forma partilhada, após mais de 1600 contributos”.

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