sábado, 21 de abril de 2012

"Nada é tão duradouro como a mudança." (Ludwig Borne)

Deficiência: Igreja quer mudar paradigma

Responsáveis de Serviço Pastoral lamentam estigmatização e desinteresse perante esta população

 A Igreja Católica em Portugal defende uma mudança de paradigma em relação às pessoas com deficiência, para superar preconceitos e integrar esta população, pedindo “medidas de acompanhamento adequadas”.
Como exemplo, aponta-se a questão das barreiras arquitetónicas, frisando que “apesar de a lei garantir o direito ao acesso, na prática esse direito não existe e as pessoas afetadas sentem-se discriminadas e sobretudo isoladas”.
O SPPD foi criado no âmbito da Pastoral Social pela Conferência Episcopal em novembro de 2010, para responder a uma problemática que é “transversal a toda a vida pessoal e social”
Segundo Alice Caldeira Cabral e Maria Isabel do Vale, registou-se “algum progresso” nos últimos anos, tanto na Igreja como na sociedade portuguesa, mas “a preocupação com o acompanhamento pessoal e existencial com vista à inclusão é praticamente inexistente”.
Estas responsáveis admitem que nas instituições da Igreja, nas paróquias e nos diversos movimentos não se exprime, “de um modo geral, a preocupação com esta população, que constitui cerca de um 10% da população em geral”.
Nesse contexto, acrescentam, “não tem sido fácil o arranque e a implantação do Serviço Pastoral, porque a consciência do problema é muito baixa” e porque “continua a haver uma atenção deficitária às diferentes problemáticas ao nível do planeamento e da organização dos serviços”.
“Os surdos não têm catequistas preparados e salvo raras exceções (Leiria é um exemplo a seguir), não há missas dominicais com tradução em linguagem gestual ou com a preocupação explícita de estabelecer a comunicação com pessoas que não sendo totalmente surdas, têm limitações auditivas”, alertam.
"A imagem social das pessoas com deficiência enquanto peso, mal ou mesmo castigo de Deus, tem de ser mudada! É necessário reconhecer-lhes o estatuto de 'pessoa', dom para toda a humanidade", sublinha Alice Caldeira Cabral, também coordenadora nacional deste movimento ecuménico.

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