Familiares
de pessoas com autismo estão organizando, para daqui a duas semanas, um grande
ato, em Brasília, para pressionar o governo pelo direito de educarem seus
filhos em casa ou em instituições específicas. O movimento encontra resistência dentro
do próprio universo de pais com filhos autistas. Há associações que defendem
que o caminho para a maior socialização é por meio da educação regular.
A divisão veio à tona após a presidente Dilma vetar, na
lei que iguala direitos de autistas aos de demais pessoas com deficiência,
trecho que deixava aberta a possibilidade de a educação do grupo ser realizada
de acordo com necessidades específicas.
“O autismo se manifesta em diferentes graus, o que vai
gerar demandas diferentes. Não é possível tratar tudo na mesma normativa”, diz
Berenice Piana, mãe de um jovem com autismo e uma das principais responsáveis
pela aprovação da lei.
Entre as alegações dos que apoiam a educação segmentada
estão a exposição dos filhos ao bullying, a falta de estrutura e capacitação de
professores nas escolas regulares e a imprevisibilidade das ações das crianças,
que podem inclusive ser violentas, dentro da sala de aula.
Apaes em todo o país dão fôlego ao pleito de quem defende
a educação especial. A instituição é a mais tradicional do país no trato com
pessoas com deficiência intelectual tanto em aspectos educacionais como em
terapias.
Recursos
“O mundo moderno exige
toda criança na escola e o governo investiu em leis e procedimentos que
levassem o país a esse patamar. Se a criança não puder ir à escola por motivos
médicos sérios, a escola deve ir à criança”, afirma o psicólogo Manuel Vazquez
Gil.
Ele tem um filho com autismo em grau severo e que estuda no ensino
regular.
O MEC (Ministério da Educação) defende que é
inconstitucional a manutenção das escolas especiais, uma vez que o Brasil é
signatário de convenção internacional que determina a educação inclusiva,
fornecendo os governos as condições para isso.
“Os pais precisam ter o direito de escolha de onde querem educar seus
filhos. Eles são os melhores especialistas, vivem o problema no dia a dia”,
declara Piana.
Na política de educação inclusiva do MEC estão previstas
ações “intersetoriais” para atender os casos mais graves de pessoas com
deficiência na escola, que envolvem auxílio de acompanhantes, atenção à saúde e
ensino complementar.
Fonte:
Folhapress
Referência: Umuarama Ilustrado
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