A deficiência pode ser perspectivada de formas
diversas, cada uma delas com potenciais de emancipação distintos para as
pessoas com deficiência. Na sociedade portuguesa a deficiência tem sido
reduzida às incapacidades dos corpos e a uma narrativa fatalista de tragédia
pessoal. Segundo este modelo de entendimento, as restrições e obstáculos
vivenciados pelas pessoas com deficiência resultam directamente das suas
supostas limitações funcionais. Tais concepções têm validado a construção da
imagem das pessoas com deficiência como sujeitos passivos e dependentes, o
silenciamento das suas vozes e alimentado políticas sociais opressoras e
excludentes das pessoas com deficiência em Portugal. O presente ensaio pretende
abrir uma reflexão sobre esta realidade, de forma a contribuir para um
questionamento cultural e sociopolítico dos fenómenos de menorização, opressão,
pobreza e exclusão social vivenciados pelas pessoas com deficiência na
sociedade portuguesa e para a construção de novos caminhos emancipatórios.
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