Afinal a normalidade propagandeada pelo ME no início do ano é uma miragem. A lista de fragilidades existentes é visível e preocupante
O Sindicato
dos Professores da Zona Centro (SPZC) está deveras apreensivo com a realidade
vivida na Educação em Portugal.
Na verdade,
ano após ano, apesar da identificação e conhecimento dos constrangimentos, o
sistema educativo português mantém as mesmas lacunas e o Ministério da Educação
(ME) responde-lhes com um silêncio ensurdecedor diante de uma falsa
normalidade, revelando realmente uma apatia manifestamente constrangedora.
A anormalidade
do sistema justifica-se a si próprio e é o anómalo que atinge foros de normal.
É assim também
neste ano letivo de 2016/2017 que se está a iniciar e que os dirigentes do SPZC
estão a constatar mais uma vez nas escolas.
Hoje, como nos
anos precedentes, sem nenhuma intervenção efetiva do ME continuamos a assistir
à existência de um número elevado de alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE) que continuam sem professores que lhes possam proporcionar um
ensino diferenciado que lhes permita a tão badalada e propagandeada inclusão.
Hoje, como nos
anos precedentes, continuamos a confrontar-nos com a existência de turmas, no
primeiro ciclo, com diferentes níveis de escolaridade.
Hoje, como nos
anos precedentes continuamos com turmas numerosas que põem em causa todas as
pedagogias de sucesso tantas vezes enumeradas e exemplificadas como modelo a
seguir.
Hoje, como nos
anos precedentes, continuamos a ter um número elevado de docentes sem
colocação, apesar das necessidades que o sistema educativo encerra.
Hoje, como nos
anos precedentes, continuamos a ter as escolas sem assistentes operacionais que
permitam que funcionem com o mínimo de prestação de serviços, nomeadamente
bibliotecas e vigilância nos recreios.
Mas não
adianta fazer soar nenhum alarme, seria um verdadeiro despautério. Afinal esta
é uma situação normal, aliás recorrentemente normal e desse modo o ME aguarda
com normalidade que a modorra transforme em absoluta normalidade o que está mal
na realidade. Até quando?
Nós no SPZC
não nos calaremos e por isso mais uma vez o denunciamos.
Os alunos, os
pais, os educadores, os professores, o futuro da Educação em Portugal assim o
exigem.
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