quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A voz dos Sindicatos


 Afinal a normalidade propagandeada pelo ME no início do ano é uma miragem.  A lista de fragilidades existentes é visível e preocupante

O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) está deveras apreensivo com a realidade vivida na Educação em Portugal.
Na verdade, ano após ano, apesar da identificação e conhecimento dos constrangimentos, o sistema educativo português mantém as mesmas lacunas e o Ministério da Educação (ME) responde-lhes com um silêncio ensurdecedor diante de uma falsa normalidade, revelando realmente uma apatia manifestamente constrangedora.
A anormalidade do sistema justifica-se a si próprio e é o anómalo que atinge foros de normal.
É assim também neste ano letivo de 2016/2017 que se está a iniciar e que os dirigentes do SPZC estão a constatar mais uma vez nas escolas.
Hoje, como nos anos precedentes, sem nenhuma intervenção efetiva do ME continuamos a assistir à existência de um número elevado de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) que continuam sem professores que lhes possam proporcionar um ensino diferenciado que lhes permita a tão badalada e propagandeada inclusão.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a confrontar-nos com a existência de turmas, no primeiro ciclo, com diferentes níveis de escolaridade.
Hoje, como nos anos precedentes continuamos com turmas numerosas que põem em causa todas as pedagogias de sucesso tantas vezes enumeradas e exemplificadas como modelo a seguir.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a ter um número elevado de docentes sem colocação, apesar das necessidades que o sistema educativo encerra.
Hoje, como nos anos precedentes, continuamos a ter as escolas sem assistentes operacionais que permitam que funcionem com o mínimo de prestação de serviços, nomeadamente bibliotecas e vigilância nos recreios.
Mas não adianta fazer soar nenhum alarme, seria um verdadeiro despautério. Afinal esta é uma situação normal, aliás recorrentemente normal e desse modo o ME aguarda com normalidade que a modorra transforme em absoluta normalidade o que está mal na realidade. Até quando?
Nós no SPZC não nos calaremos e por isso mais uma vez o denunciamos.

Os alunos, os pais, os educadores, os professores, o futuro da Educação em Portugal assim o exigem.

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