segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"O suicídio demonstra que na vida existem males maiores do que a morte." (Francesco Orestano)

A ideia de morrer e de deixar sozinho o filho Martim, um menino autista de 12 anos, consumia Manuela Paçó. Sem familiares próximos – à exceção do marido e do irmão –, a professora, que vivia em Vinhais, temia pelo futuro da criança. O medo crescente terá estado na origem da loucura cometida por Manuela, de 47 anos, na tarde de sábado. Atirou o filho do 4º andar do hotel Ibis, em Bragança, e lançou-se também.
"O medo do futuro é o drama de todos os pais que têm filhos com necessidades especiais. A Manuela tinha esses receios também, tanto mais que há três anos teve um cancro no peito. Apesar de ter superado a doença, o receio continuava lá", contou ao CM um familiar.
A carta que Manuela deixou no hotel ao marido, Eurico Gonçalves, confirma os seus medos. Na missiva, a professora pede desculpa ao homem por provocar a perda dos dois amores da sua vida, e explica que não quis deixar o filho sozinho. Eurico Gonçalves – presidente da Assembleia Municipal de Vinhais e subdiretor do Agrupamento de Escolas da vila – refugiou-se em casa de familiares logo após a tragédia. Não compreende o ato da mulher e recusa-se a aceitar a morte do filho. Também os amigos da professora estão em choque.

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