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Uma ode aos desajustados, aos incompreendidos,
aos outsiders aos párias. Uma homenagem ao cinema. Um convite ao escapismo. É isso o que Guillermo del Toro faz com The Shape of Water, filme vencedor do Festival de Veneza 2017, uma produção de
cativante beleza, interpretada por um elenco afiadíssimo (que deveria levar
todos os prêmios da temporada).
Passada nos anos 1960 (quando a Guerra Fria pegava fogo), a
história é apresentada como uma fábula, protagonizada por uma "princesa
sem voz". “O que eu posso dizer sobre ela?”, anuncia o narrador. Mas ele
logo se recolhe. Ao invés de dizer, del Toro mostra, usando a imagem como
protagonista, na melhor concepção do que vem a ser o cinema.
Muda (e nem por isso infeliz), a faxineira Eliza Esposito (Sally Hawkins, hipnótica) trabalha numa base secreta do governo dos
Estados Unidos, que inclui um laboratório comandado pelo doutor Hoffstetler (Michael Stuhlbarg). Uma criatura capturada nos confins da América do Sul é
levada para lá. Pouco a pouco, Eliza vai se afeiçoando a ela. Sim, quem ama o
feio bonito lhe parece.
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