Pretende ser o maior estudo de
sempre sobre o desgaste emocional dos professores, “burnout” incluído”, e sobre
as condições em que estes trabalham - se há cansaço, desânimo, desmotivação ou,
pelo contrário, alegria. Ainda não há conclusões - essas serão divulgadas em
junho - mas já há algumas certezas. “Estamos a assistir a um adoecimento
inédito dos professores nas últimas quatro décadas”, diz Raquel Varela,
investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova e
coordenadora de um estudo em curso sobre o desgaste dos professores, realizado
em parceria com a Fenprof
(…)
Como em qualquer estudo, também este parte
obviamente de alguns pressupostos. Que pressupostos são esses? Os professores
estão agora mais desgastados do que antes?
Desde a década de 70 e o avanço do neoliberalismo nos chamados países ricos, e desde a primeira década do séc. XXI, o desgaste, a exaustão e a desmoralização nos locais de trabalho aumentou muito. Queremos saber se isso também se verifica nos docentes em Portugal. No caso dos médicos, por exemplo, há estudos nacionais e internacionais que chegam a apontar para um terço dos médicos em “burnout”. É importante também referir que os primeiros estudos sobre este assunto que surgiram nas décadas de 70 e 80 pretendiam ser um alerta à degradação das condições de trabalho e os inquéritos eram elaborados para detetar justamente os processos de fadiga e desefetivação no local de trabalho. Hoje, os resultados de estudos semelhantes já não funcionam como alerta, já não têm como objetivo a prevenção. Já não concluem que há processos de fadiga, há realmente fadiga e exaustão que, no limite, e no caso dos professores, levará a falta de profissionais no país.
Desde a década de 70 e o avanço do neoliberalismo nos chamados países ricos, e desde a primeira década do séc. XXI, o desgaste, a exaustão e a desmoralização nos locais de trabalho aumentou muito. Queremos saber se isso também se verifica nos docentes em Portugal. No caso dos médicos, por exemplo, há estudos nacionais e internacionais que chegam a apontar para um terço dos médicos em “burnout”. É importante também referir que os primeiros estudos sobre este assunto que surgiram nas décadas de 70 e 80 pretendiam ser um alerta à degradação das condições de trabalho e os inquéritos eram elaborados para detetar justamente os processos de fadiga e desefetivação no local de trabalho. Hoje, os resultados de estudos semelhantes já não funcionam como alerta, já não têm como objetivo a prevenção. Já não concluem que há processos de fadiga, há realmente fadiga e exaustão que, no limite, e no caso dos professores, levará a falta de profissionais no país.
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Expresso digital (31-01-2018)http://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-01-31-Queremos-saber-quantos-professores-estao-doentes-e-a-dar-aulas.-Essa-estatistica-nao-existe
Expresso digital (31-01-2018)http://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-01-31-Queremos-saber-quantos-professores-estao-doentes-e-a-dar-aulas.-Essa-estatistica-nao-existe