QUAL É A IDADE IDEAL PARA ENTRAR PARA A ESCOLA PRIMÁRIA?
(…)
Posto isto, importa
perceber quais são os factores que permitem perceber se a criança está
preparada para ingressar na Escola Primária ou não. E eles são, basicamente,
dois: a capacidade cognitiva e a maturidade.
Capacidade cognitiva
É, sem dúvida, o
mais fácil de avaliar. Actualmente existem uma série de testes que permitem
quantificar o Quociente de Inteligência (QI) das crianças de forma bem
objectiva, pelo que não é difícil perceber se a criança tem “capacidade” ou não
para acompanhar as exigências. Para além disso, com esse tipo de avaliação
torna-se possível também perceber quais as áreas mais fortes e mais fracas da
criança, o que ajuda a estabelecer melhor de que forma aquela criança precisa
de ser estimulada.
Na prática, a
maior parte das crianças ditas “condicionais” acabam por ter um QI que lhes
permite, do ponto de vista cognitivo, acompanhar as outras, pelo que não
costuma ser este o aspecto que mais condiciona a decisão dos pais.
Maturidade
É muito
subjectiva e, como tal, não existe nenhum método muito eficaz para a avaliar.
Depende de muitos aspectos que não se conseguem quantificar, pelo que é uma
área onde são os pais quem melhor pode tirar conclusões. Apesar de ser possível
ter uma ideia geral, nenhum profissional de saúde consegue dar uma opinião
muito fundamentada em relação à maturidade de uma criança. E devia ser
exactamente este o principal discriminador para decidir se a criança avança ou
não…
A maturidade é
algo que não se aprende, pois é “biológica”. Precisa de tempo para se desenvolver
e não se adquire por imitação. Os comportamentos podem-se imitar, mas a
maturidade tem que ir surgindo. E quando não está presente, as dificuldades
vão-se fazer notar. Por muitas capacidades que uma criança tenha, se não tiver
maturidade para entender o que se lhe ensina e o que se lhe exige, os seus
resultados vão sempre ficar aquém do que ela merece e é capaz. E esta questão
pode fazer a diferença entre a positiva e a negativa, como é lógico, mas pode
também fazer a diferença entre um aluno ser brilhante ou “apenas” muito bom.
Assim, em jeito
de conclusão, diria que a regra deveria ser que só entrariam para a Escola
Primária as crianças com 6 anos já feitos. Pontualmente poderia abrir-se uma ou
outra excepção, mas essa seria a decisão mais acertada para a esmagadora
maioria. Não é preciso pressas, apenas respeitar o que a biologia nos diz e os
estudos comprovam. Sei que haverá muita gente que discorda desta opção, mas
acredito mesmo que é a mais acertada.
Todas as crianças
devem ter oportunidade de usar as capacidades que têm e, para isso, precisam de
maturidade e segurança. E, acredite, todas elas têm muitos anos para ser
adultos, mas muito poucos para ser crianças. E atrevo-me até a dizer que é
quase “criminoso” impedir que elas usufruam desses poucos anos que têm enquanto
crianças…
*http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/baron-de-la-brede-et-de-montesquieu.
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