O professor tem que saber Matemática
para ensinar Matemática. Mas não basta, ainda que possa bastar para passar num
exame.
(…)
Não, não basta saber Matemática para se ensinar Matemática.
Assim era ‘dantes’, assim é hoje.
George Pólya, matemático de renome de origem
húngara e naturalizado norte-americano depois de ter chegado aos EUA em 1940,
nos Dez mandamentos para professores que
em 1959 escreveu, diz nos dois primeiros: 1. Interessar-se pela sua disciplina;
2. Conhecer a sua disciplina. E, a estes dois, acrescentou outros oito, onde
fala em coisas como “conhecer formas de aprendizagem”, “dar-se conta das
expectativas e dificuldades [dos alunos], pôr-se no lugar deles”, “dar-lhes não
apenas informação, mas também saber-fazer, modos de pensar, hábitos de trabalho
metódico”, “oportunidade para que aprendam a conjecturar” e “a demonstrar”,
“procurar dar a ver o padrão geral que está por detrás da situação concreta em
questão”, “deixar que [os alunos] descubram por si próprios, tanto quanto
possível”, “sugerir, não forçar os alunos a aceitar” [5]. Isto, já há sessenta
anos.
Foi este matemático que também disse que
“ensinar é dar oportunidade aos alunos de descobrir as coisas por si próprios”
[6], que se o professor de Matemática “preenche o tempo de que dispõe a exercitar
os seus alunos em operações rotineiras, aniquila o interesse e tolhe o
desenvolvimento intelectual dos estudantes” [7].
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